terça-feira, 30 de novembro de 2010

Pink falou e disse: doutrina é a base da prática e ignorar isso é heresia na certa!

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Toda escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.

2 Timóteo 3.16,17

"É pela doutrina, ou ensino, que nos são reveladas as grandes realidades a respeito de Deus, de nosso relacionamento com Ele, de Cristo, do Espírito, da salvação, da graça e da glória. É pela doutrina (mediante o poder do Espírito) que os crentes são alimentados e edificados; e, quando há negligência na doutrina, forçosamente cessam o crescimento na graça e o testemunho eficaz. Como é triste, portanto, constatar que a doutrina atualmente está sendo depreciada como algo sem valor para a vida prática, quando, de fato, a doutrina é a própria base da vida prática. Há uma inseparável conexão entre o crer e a prática - 'Como imagina em sua alma, assim ele é' (Pv 23.7). A relação entre a verdade divina e o caráter cristão é de causa e efeito - 'E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará' (Jo 8.32). Ficamos livres da ignorância, dos preconceitos, do engano, das artimanhas de Satanás e do poder do mal; mas, se a verdade não é 'conhecida', então essa liberdade não existe na prática. Observe a ordem na passagem que iniciamos esse capítulo. Toda Escritura é útil, primeiro para o 'ensino'! A mesma ordem é observada em todas as epístolas, especialmente nos grandes tratados doutrinários do apóstolo Paulo. Lendo a epístola aos Romanos, podemos perceber que não há uma única admoestação nos primeiros cinco capítulos. Na epístola aos Efésios, não há qualquer exortação antes do quarto capítulo. A ordem de apresentação é: primeiro, a exposição de doutrinas; depois, admoestação ou exortação para que o ensino seja aplicado na vida diária.


A substituição da exposição doutrinária pela 'pregação prática', que atualmente lhe toma o lugar, é a causa fundamental de muitas das graves enfermidades que afligem a igreja de Deus. A razão por que há tão pouca profundidade, tão pouco entendimento, tão pouca apreensão das verdades fundamentais do cristianismo é que poucos crentes têm se firmado na fé, por não ouvirem a exposição das doutrinas da graça ou por não estudarem, pessoalmente, essas verdades bíblicas. Enquanto a alma não está firmada na doutrina da divina inspiração das Escrituras - sua inspiração plenária e verbal - não pode haver qualquer alicerce sólido em que fundamentar-se. Enquanto a alma ignora a doutrina da justificação, não pode haver qualquer segurança real e inteligente de sua aceitação no Amado. Enquanto a alma desconhece o ensino da Palavra a respeito da santificação, estará aberta para acolher todos os erros do perfeccionismo e outros ensinamentos errados. Assim poderíamos continuar, através de todas as doutrinas cristãs. É o ignorar a doutrina que tem tornado a igreja incompetente para fazer frente à crescente maré de infidelidade. O ignorar a doutrina é, em grande medida, o responsável pelo fato de milhares de cristãos professos serem cativados pelos numerosos 'ismos' dos nossos dias. Ter chegado a hora em que, em sua grande maioria, nossas igrejas 'não suportarão a sã doutrina' (2Tm 4.3) é razão por que elas estão se dispondo a acolherem doutrinas falsas. Naturalmente, é verdade que a doutrina, como todas as demais coisas que há nas Escrituras, pode ser estudada do ponto de vista meramente intelectual e frio; e que, quando assim examinados, o ensino e o estudo da doutrina devidamente acolhida, a doutrina estudada com um coração preparado, levará sempre a um mais profundo conehcimento de Deus e das insondáveis riquezas de Cristo."

Fonte: A. W. Pink, Deus é Soberano, p. 155,156.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

1 A Base Filosófica da Revolução Sexual

1 A Base Filosófica da Revolução Sexual

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"Quando a existência de Deus não é mais um fato, mas uma crença subjetiva (e bastante controversa por sinal), a autoridade moral de Deus desaparece. Não é coincidência, portanto, que uma mudança drástica na natureza do casamento se seguisse imediatamente à mudança na filosofia dominante. As restrições legais ao divórcio e o estigma social se evaporaram praticamente do dia para a noite. O casamento deixou de ser uma aliança que envolve Deus e a comunidade, tanto quanto o marido e a mulher. Tornou-se um contrato comum que pode ser dissolvido à vontade por qualquer uma das partes. O que antes era considerado algo ilegítimo, como uma mulher ter um filho sem ser casada, tornou-se respeitável, e até mesmo a tradicional família com pai e mãe começou a parecer uma coisa ridícula, uma tentativa patética de simular esses seriados cômicos da TV que mostram uma família de sonho que nunca existiu na realidade.

Com a revolução do divórcio veio a revolução sexual, já que a morte de Deus e a disponibilidade de contraceptivos pareciam fazer da castidade uma coisa obsoleta. Seguindo na rasteira da revolução sexual, veio a revolução feminista, com uma ala radical que explicitamente rejeitava a família tradicional, tida antes como a coluna da sociedade. O feminismo exigiu o direito irrestrito ao aborto, e a Suprema Corte prontamente o incluiu na Constituição e o impôs à nação relutante. A liberação homossexual veio em seguida. Os ativistas homossexuais rapidamente ganharam a condição de 'vítimas' e o consequente apoio da mídia para suas causas. A Suprema Corte outra vez alinhou-se complacentemente com a tendência cultural e consegui encontrar na Constituição um princípio de que leis baseada em hostilidade em relação ao homossexualismo são inconstitucionais. A inversão moral e legal não podiam mais ser contidas, uma vez que uma mudança fundamental havia sido feita na filosofia religiosa oficial."

Fonte: Phillip E. Johnson, Como derrotar o evolucionismo com mentes abertas, pg. 114,115.
Via: [ UMPCGYN ]

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Casar por quê?



Por Márcio de Souza

A sociedade estabeleceu um novo paradigma nas relações homem e mulher. Hoje, viver amigado é muito normal. Cada um na sua, morando juntos ou não, porém tendo uma vida sexual ativa e todas as conseqüências da mesma. Na Bíblia, a relação sexual é encarada como consumação do casamento.

Mas se posso viver amigado, casar por quê?

Primeiro, casamento é um sinal de respeito. O casal que resolver se unir em núpcias, escolheu tal coisa porque um decidiu respeitar a individualidade e a privacidade do outro.

Segundo, casamento é sinal de intimidade. Quando você transa com seu parceiro(a), você se faz uma só carne com ele(a). Se você tem mais de um parceiro(a), você está se despedaçando toda(o), deixando sua carne se misturar por diversas vezes com outra carne que não é a do seu cônjuge. Isso faz de você prostituta(o).

Terceiro, casamento é sinal de compromisso. Quando você recebe seu parceiro em casamento, você está assumindo um compromisso de amar, respeitar, ser fiel e cúmplice nessa relação. Isso não é brincadeira, portanto o padrão estabelecido na Bíblia nos diz que a monogamia é o tipo de relação que Deus aprova e que o casamento é a instituição na qual ela se concretiza.

Eu poderia ficar aqui enumerando diversos motivos para que você entenda que o casamento é uma instituição divina, mas acho que basta dizer que Jesus resolveu tipificar sua relação com a igreja se denominando “Noivo”. Importe-se com a integridade do seu namorado(a), isso vai fazer diferença na hora do casamento, pode ter certeza disso!

E no mais, tudo na mais santa paz!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

0 A ditadura gay e meus filhos: Desabafo de um Pai.


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Tenho um casal de filhos... (muitos sonham em ter um casal de filhos, mas daqui para frente, pra quê mesmo?)

pelo jeito não poderei mais destacar a diferença deles...

pelo jeito não posso mais falar para eles que um tipo de comportamento é coisa de meninA, ou de meninO...

não poderei mais orar pedindo ao Senhor um marido para minha filha, e uma esposa para meu filho... (capaz de ficarem ouvindo como aconteceu com Daniel)...

não poderei mais dizer para meu filho que ele é homem, ou como ele mesmo diz ‘homem macho’... será crime daqui uns dias... ? ...

Não existe mais problema algum em meus filhos verem um ‘casal’(essa palavra é homofóbica?) de homens se beijando... Minha filha olha... ela tem seis anos, não entende... “Uai, [mineira] meu pai falava que mulher casa com homem...?” Não filha... me perdoe... agora eu não posso mais dizer isso...

Meu filho então... está todo empolgado que vai entrar num casamento junto com uma menina para levar... (aquelas coisas de casamento)... ele tem três anos, está achando que vai casar pois vai entrar de ‘noivinhO com a noivinhA’... se ele entrasse com outro menino, ele não diria que era casamento... mas ele agora estará errado?

Como explicarei a diferença e objetivos de seus órgãos sexuais... a desculpem-me... meus filhos, mas esse é o país que vocês enfrentarão quando forem adultos... Cristo, tenha misericórdia de meus filhos...

Brasil, Deus nos deu liberdade, não libertinagem...

... mas o que é isso mesmo?

Desabafo de um pai, presbiteriano...

Fonte: [ MCA ]

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Uma breve reflexão sobre a perseguição aos evangélicos no Brasil

  • As primeiras informações que retratam de forma efetiva a perseguição religiosa no Brasil se remota a 1557, quando os huguenotes (calvinistas franceses) chegaram ao Rio de Janeiro com o propósito de ajudar a estabelecer um refúgio para os calvinistas perseguidos na França.

    Em 10 de março de 1557,
    os protestantes franceses celebraram o primeiro culto evangélico do Brasil e no dia 21 de março celebraram a primeira Santa Ceia. Todavia, pouco tempo depois Villegaignon entrou em conflito com as calvinistas acerca dos sacramentos e os expulsou da pequena ilha em que se encontravam. Alguns meses depois, os colonos reformados embarcaram de volta para a França. Quando o navio ameaçou naufragar por excesso de passageiros e por ter pouca comida, cinco deles resolveram regressar. Esses cinco se sacrificaram em favor dos seus irmãos na fé. Assim que chegaram em terra foram presos: Jean du Bordel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André Lafon e Jacques le Balleur. Pressionados por Villegaignon, foram obrigados a professar por escrito sua fé, no prazo de doze horas, respondendo uma série de perguntas que lhes foram entregues. Eles assim o fizeram, e escreveram a primeira confissão de fé na América, sabendo que com ela estavam assinando a própria sentença de morte. Essa maravilhosa declaração de fé é conhecida como a "Confissão de Fé da Guanabara" (1558). Em seguida, os três primeiros foram mortos e Lafon, o único alfaiate da colônia, teve a vida poupada. Os mártires do evangelho foram enforcados e seus corpos atirados de um despenhadeiro. Balleur fugiu para São Vicente, SP, foi preso e levado para Salvador (1559-67), sendo mais tarde enforcado no Rio de Janeiro, quando os últimos franceses foram expulsos.

    Quase 100 anos depois
    , os holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais com o objetivo de conquistar e colonizar territórios da Espanha nas Américas, especialmente uma rica região açucareira: o nordeste do Brasil. Em 1624, os holandeses tomaram Salvador, a capital do Brasil, mas foram expulsos no ano seguinte. Finalmente, em 1630 eles tomaram Recife e Olinda e depois boa parte do Nordeste. Neste periodo João Maurício de Nassau-Siegen, que governou esta região entre 1637 a 1644, concedeu uma boa medida de liberdade religiosa aos residentes católicos e judeus. Sob os holandeses, a Igreja Reformada era oficial. Foram criadas vinte e duas igrejas locais e congregações, dois presbitérios (Pernambuco e Paraíba) e até mesmo um sínodo, o Sínodo do Brasil (1642-1646). Mais de cinquenta pastores ou "predicantes" serviram essas comunidades. A Igreja Reformada realizou uma admirável obra missionária junto aos indígenas. Além de pregação, ensino e beneficência, foi preparado um catecismo na língua nativa. Outros projetos incluíam a tradução da Bíblia e a futura ordenação de pastores indígenas. Em 1654, após quase dez anos de luta, os holandeses foram expulsos, transferindo-se para o Caribe. Os judeus que os acompanhavam foram para Nova Amsterdã, a futura Nova York.

    Desde então,
    não se sabe de relatos de cultos protestantes no Brasil. No entanto, com a chegada da família real a terras tupiniquins e com a abertura dos portos as nações amigas, as confissões protestantes começaram paulatinamente a chegar ao país. Os Anglicanos chegaram em 1811, os luteranos em 1824, os Congregacionais em 1855, os presbiterianos em 1859, e os batistas em 1871. Todavia, em virtude da constituição de 1824 outorgada por D. Pedro I, que afirmava ser o catolicismo romano a religião oficial do Brasil, os protestantes não possuiam direito a cultos públicos em lingua portuguêsa, além é claro de não terem permitidos a construção de templos com aparência religiosa.

    Já no governo de Dom Pedro II , (mesmo o imperador possuindo uma grande simpatia pelos protestantes), não era nada fácil afirmar publicamente a fé nos pressupostos cristãos, mesmo porque, a religião oficial do Estado imprimia forte perseguição religiosa aos evangélicos.

    Com a Proclamação da República,
    o Estado Brasileiro deixou oficialmente de ser Católico Romano permitindo assim com que os protestantes tivessem direito a culto. Todavia, como não poderia deixar de ser, a maioria da população ainda desenvolvia um significativo preconceito para com aqueles que se diziam cristãos protestantes. A consequência direta disso foi a aniquilação de inúmeras templos evangélicos, que de forma covarde foram destruidos pelo fogo. Dentre estes, encontra-se a 1ª Igreja Batista de Niterói, que em 14 de abril de 1901, teve seus móveis, púlpito, pertences e diversos utensílios queimados em plena rua, além de sua sede destruída.

    Durante a primeira metade do século XX,
    os crentes em Jesus foram estigmatizados e denominados pelo clero romano como hereges sofrendo por conseguinte ofensas morais, onde atributos pejorativos lhes eram destinados. Junta-se a isso, o fato de que muitos por causa da sua crença sofreram no corpo agressões físicas por não professarem a fé dos sacerdotes romanos. Na segunda metade do século XX a perseguição se deu de forma velada mediante os meios de comunicação que a todo custo vendiam a sociedade brasileira a imagem de uma igreja burra, ignorante e manipuladora da fé alheia.

    Caro leitor, a constituição de 1988 nos garante liberdade de fé e religião
    . O artigo 5º da Carta Magna diz que ´"É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias." Todavia, os cristãos evangélicos correm o risco de sofrerem novas perseguições substanciais em virtude do projeto de lei 122 que tramita na Congresso Nacional que se aprovado irá criminalizar àqueles que manifestam suas opiniões religiosas contrárias ao casamento gay.

    Vale a pena ressaltar que a fé protestante não defende a homofobia.
    Na verdade, nós cristãos-evangélicos somos contrários a todo tipo de violência física condenando veementemente aqueles que atentam contra a vida de quem quer que seja. Todavia, acreditamos também que possuímos o direito irrevogável e constitucional de expor publicamente nossa fé conforme claramente afirma a nossa carta magna.

    Isto posto,
    oro ao Senhor nosso Deus que estenda a mão sobre o Brasil livrando a sociedade brasileira de uma lei que sem sombra de dúvida promoverá mais uma severa perseguição religiosa no Brasil.

A Confissão de Fé de Guanabara

A Confissão de Fé de Guanabara

por

Jean de Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon e André la Fon



No dia 7 de março de 1557 chegou a Guanabara um grupo de huguenotes (calvinistas franceses) com o propósito de ajudar a estabelecer um refúgio para os calvinistas perseguidos na França. Perseguidos também na Guanabara em virtude de sua fé reformada, alguns conseguiram escapar; outros, foram condenados à morte por Villegaignon, foram enforcados e seus corpos atirados de um despenhadeiro, em 1558. Antes de morrer, entretanto, foram obrigados a professar por escrito sua fé, no prazo de doze horas, respondendo uma série de perguntas que lhes foram entregues. Eles assim o fizeram, e escreveram a primeira confissão de fé na América (ver Apêndice 2), sabendo que com ela estavam assinando a própria sentença de morte. [1]

TEXTO DA CONFISSÃO [2]

Segundo a doutrina de S. Pedro Apóstolo, em sua primeira epístola, todos os cristãos devem estar sempre prontos para dar razão da esperança que neles há, e isso com toda a doçura e benignidade, nós abaixo assinados, Senhor de Villegaignon, unanimemente (segundo a medida de graça que o Senhor nos tem concedido) damos razão, a cada ponto, como nos haveis apontado e ordenado, e começando no primeiro artigo:

I. Cremos em um só Deus, imortal, invisível, criador do céu e da terra, e de todas as coisas, tanto visíveis como invisíveis, o qual é distinto em três pessoas: o Pai, o Filho e o Santo Espírito, que não constituem senão uma mesma substância em essência eterna e uma mesma vontade; o Pai, fonte e começo de todo o bem; o Filho, eternamente gerado do Pai, o qual, cumprida a plenitude do tempo, se manifestou em carne ao mundo, sendo concebido do Santo Espírito, nasceu da virgem Maria, feito sob a lei para resgatar os que sob ela estavam, a fim de que recebêssemos a adoção de próprios filhos; o Santo Espírito, procedente do Pai e do Filho, mestre de toda a verdade, falando pela boca dos profetas, sugerindo as coisas que foram ditas por nosso Senhor Jesus Cristo aos apóstolos. Este é o único Consolador em aflição, dando constância e perseverança em todo bem.

Cremos que é mister somente adorar e perfeitamente amar, rogar e invocar a majestade de Deus em fé ou particularmente.

II. Adorando nosso Senhor Jesus Cristo, não separamos uma natureza da outra, confessando as duas naturezas, a saber, divina e humana nele inseparáveis.

III. Cremos, quanto ao Filho de Deus e ao Santo Espírito, o que a Palavra de Deus e a doutrina apostólica, e o símbolo,[3] nos ensinam.

IV. Cremos que nosso Senhor Jesus Cristo virá julgar os vivos e os mortos, em forma visível e humana como subiu ao céu, executando tal juízo na forma em que nos predisse no capítulo vinte e cinco de Mateus, tendo todo o poder de julgar, a Ele dado pelo Pai, sendo homem.

E, quanto ao que dizemos em nossas orações, que o Pai aparecerá enfim na pessoa do Filho, entendemos por isso que o poder do Pai, dado ao Filho, será manifestado no dito juízo, não todavia que queiramos confundir as pessoas, sabendo que elas são realmente distintas uma da outra.

V. Cremos que no santíssimo sacramento da ceia, com as figuras corporais do pão e do vinho, as almas fiéis são realmente e de fato alimentadas com a própria substância do nosso Senhor Jesus, como nossos corpos são alimentados de alimentos, e assim não entendemos dizer que o pão e o vinho sejam transformados ou transubstanciados no seu corpo, porque o pão continua em sua natureza e substância, semelhantemente ao vinho, e não há mudança ou alteração.

Distinguimos todavia este pão e vinho do outro pão que é dedicado ao uso comum, sendo que este nos é um sinal sacramental, sob o qual a verdade é infalivelmente recebida. Ora, esta recepção não se faz senão por meio da fé e nela não convém imaginar nada de carnal, nem preparar os dentes para comer, como santo Agostinho nos ensina, dizendo: “Porque preparas tu os dentes e o ventre? Crê, e tu o comeste.”

O sinal, pois, nem nos dá a verdade, nem a coisa significada; mas Nosso Senhor Jesus Cristo, por seu poder, virtude e bondade, alimenta e preserva nossas almas, e as faz participantes da sua carne, e de seu sangue, e de todos os seus benefícios.

Vejamos a interpretação das palavras de Jesus Cristo: “Este pão é meu corpo.” Tertuliano, no livro quarto contra Marcião, explica estas palavras assim: “este é o sinal e a figura do meu corpo.”

S. Agostinho diz: “O Senhor não evitou dizer: — Este é o meu corpo, quando dava apenas o sinal de seu corpo.”

Portanto (como é ordenado no primeiro cânon do Concílio de Nicéia), neste santo sacramento não devemos imaginar nada de carnal e nem nos distrair no pão e no vinho, que nos são neles propostos por sinais, mas levantar nossos espíritos ao céu para contemplar pela fé o Filho de Deus, nosso Senhor Jesus, sentado à destra de Deus, seu Pai.

Neste sentido podíamos jurar o artigo da Ascensão, com muitas outras sentenças de Santo Agostinho, que omitimos, temendo ser longas.

VI. Cremos que, se fosse necessário pôr água no vinho, os evangelistas e São Paulo não teriam omitido uma coisa de tão grande conseqüência.

E quanto ao que os doutores antigos têm observado (fundamen­tando-se sobre o sangue misturado com água que saiu do lado de Jesus Cristo, desde que tal observância não tem fundamento na Palavra de Deus, visto mesmo que depois da instituição da Santa Ceia isso aconteceu), nós não podemos hoje admitir necessariamente.

VII. Cremos que não há outra consagração senão a que se faz pelo ministro, quando se celebra a ceia, recitando o ministro ao povo, em linguagem conhecida, a instituição desta ceia literalmente, segundo a forma que nosso Senhor Jesus Cristo nos prescreveu, admoestando o povo quanto à morte e paixão do nosso Senhor. E mesmo, como diz santo Agostinho, a consagração é a palavra de fé que é pregada e recebida em fé. Pelo que, segue-se que as palavras secretamente pronunciadas sobre os sinais não podem ser a consagração como aparece da instituição que nosso Senhor Jesus Cristo deixou aos seus apóstolos, dirigindo suas palavras aos seus discípulos presentes, aos quais ordenou tomar e comer.

VIII. O santo sacramento da ceia não é alimento para o corpo como para as almas (porque nós não imaginamos nada de carnal, como declaramos no artigo quinto) recebendo-o por fé, a qual não é carnal.

IX. Cremos que o batismo é sacramento de penitência, e como uma entrada na igreja de Deus, para sermos incorporados em Jesus Cristo. Representa-nos a remissão de nossos pecados passados e futuros, a qual é adquirida plenamente, só pela morte de nosso Senhor Jesus.

De mais, a mortificação de nossa carne aí nos é representada, e a lavagem, representada pela água lançada sobre a criança, é sinal e selo do sangue de nosso Senhor Jesus, que é a verdadeira purificação de nossas almas. A sua instituição nos é ensinada na Palavra de Deus, a qual os santos apóstolos observaram, usando de água em nome do Pai, do Filho e do Santo Espírito. Quanto aos exorcismos, abjurações de Satanás, crisma, saliva e sal, nós os registramos como tradições dos homens, contentando-nos só com a forma e instituição deixada por nosso Senhor Jesus.

X. Quanto ao livre arbítrio, cremos que, se o primeiro homem, criado à imagem de Deus, teve liberdade e vontade, tanto para bem como para mal, só ele conheceu o que era livre arbítrio, estando em sua integridade. Ora, ele nem apenas guardou este dom de Deus, assim como dele foi privado por seu pecado, e todos os que descendem dele, de sorte que nenhum da semente de Adão tem uma centelha do bem.

Por esta causa, diz São Paulo, o homem natural não entende as coisas que são de Deus. E Oséias clama aos filho de Israel: “Tua perdição é de ti, ó Israel.” Ora isto entendemos do homem que não é regenerado pelo Santo Espírito.

Quanto ao homem cristão, batizado no sangue de Jesus Cristo, o qual caminha em novidade de vida, nosso Senhor Jesus Cristo restitui nele o livre arbítrio, e reforma a vontade para todas as boas obras, não todavia em perfeição, porque a execução de boa vontade não está em seu poder, mas vem de Deus, como amplamente este santo apóstolo declara, no sétimo capítulo aos Romanos, dizendo: “Tenho o querer, mas em mim não acho o realizar.”

O homem predestinado para a vida eterna, embora peque por fragilidade humana, todavia não pode cair em impenitência.

A este propósito, S. João diz que ele não peca, porque a eleição permanece nele.

XI. Cremos que pertence só à Palavra de Deus perdoar os pecados, da qual, como diz santo Ambrósio, o homem é apenas o ministro; portanto, se ele condena ou absolve, não é ele, mas a Palavra de Deus que ele anuncia.

Santo Agostinho, neste lugar diz que não é pelo mérito dos homens que os pecados são perdoados, mas pela virtude do Santo Espírito. Porque o Senhor dissera aos seus apóstolos: “recebei o Santo Espírito;” depois acrescenta: “Se perdoardes a alguém os seus pecados,” etc.

Cipriano diz que o servo não pode perdoar a ofensa contra o Senhor.

XII. Quanto à imposição das mãos, essa serviu em seu tempo, e não há necessidade de conservá-la agora, porque pela imposição das mãos não se pode dar o Santo Espírito, porquanto isto só a Deus pertence.

No tocante à ordem eclesiástica, cremos no que S. Paulo dela escreveu na primeira epístola a Timóteo, e em outros lugares.

XIII. A separação entre o homem e a mulher legitimamente unidos por casamento não se pode fazer senão por causa de adultério, como nosso Senhor ensina (Mateus 19:5). E não somente se pode fazer a separação por essa causa, mas também, bem examinada a causa perante o magistrado, a parte não culpada, se não podendo conter-se, deve casar-se, como São Ambrósio diz sobre o capítulo sete da Primeira Epístola aos Coríntios. O magistrado, todavia, deve nisso proceder com madureza de conselho.

XIV. São Paulo, ensinando que o bispo deve ser marido de uma só mulher, não diz que não lhe seja lícito tornar a casar, mas o santo apóstolo condena a bigamia a que os homens daqueles tempos eram muito afeitos; todavia, nisso deixamos o julgamento aos mais versados nas Santas Escrituras, não se fundando a nossa fé sobre esse ponto.

XV. Não é lícito votar a Deus, senão o que ele aprova. Ora, é assim que os votos monásticos só tendem à corrupção do verdadeiro serviço de Deus. É também grande temeridade e presunção do homem fazer votos além da medida de sua vocação, visto que a santa Escritura nos ensina que a continência é um dom especial (Mateus 15 e 1 Coríntios 7). Portanto, segue-se que os que se impõem esta necessidade, renunciando ao matrimônio toda a sua vida, não podem ser desculpados de extrema temeridade e confiança excessiva e insolente em si mesmos.

E por este meio tentam a Deus, visto que o dom da continência é em alguns apenas temporal, e o que o teve por algum tempo não o terá pelo resto da vida. Por isso, pois, os monges, padres e outros tais que se obrigam e prometem viver em castidade, tentam contra Deus, por isso que não está neles o cumprir o que prometem. São Cipriano, no capítulo onze, diz assim: “Se as virgens se dedicam de boa vontade a Cristo, perseverem em castidade sem defeito; sendo assim fortes e constantes, esperem o galardão preparado para a sua virgindade; se não querem ou não podem perseverar nos votos, é melhor que se casem do que serem precipitadas no fogo da lascívia por seus prazeres e delícias.” Quanto à passagem do apóstolo S. Paulo, é verdade que as viúvas tomadas para servir à igreja, se submetiam a não mais casar, enquanto estivessem sujeitas ao dito cargo, não que por isso se lhes reputasse ou atribuísse alguma santidade, mas porque não podiam bem desempenhar os deveres, sendo casadas; e, querendo casar, renunciassem à vocação para a qual Deus as tinha chamado, contudo que cumprissem as promessas feitas na igreja, sem violar a promessa feita no batismo, na qual está contido este ponto: “Que cada um deve servir a Deus na vocação em que foi chamado.” As viúvas, pois, não faziam voto de continência, senão porque o casamento não convinha ao ofício para que se apresentavam, e não tinha outra consideração que cumpri-lo. Não eram tão constrangidas que não lhes fosse antes permitido casar que se abrasar e cair em alguma infâmia ou desonestidade.

Mas, para evitar tal inconveniência, o apóstolo São Paulo, no capítulo citado, proíbe que sejam recebidas para fazer tais votos sem que tenham a idade de sessenta anos, que é uma idade normalmente fora da incontinência. Acrescenta que os eleitos só devem ter sido casados uma vez, a fim de que por essa forma, tenham já uma aprovação de continência.

XVI. Cremos que Jesus Cristo é o nosso único Mediador, intercessor e advogado, pelo qual temos acesso ao Pai, e que, justificados no seu sangue, seremos livres da morte, e por ele já reconciliados teremos plena vitória contra a morte.

Quanto aos santos mortos, dizemos que desejam a nossa salvação e o cumprimento do Reino de Deus, e que o número dos eleitos se complete; todavia, não nos devemos dirigir a eles como intercessores para obterem alguma coisa, porque desobedeceríamos o mandamento de Deus. Quanto a nós, ainda vivos, enquanto estamos unidos como membros de um corpo, devemos orar uns pelos outros, como nos ensinam muitas passagens das Santas Escrituras.

XVII. Quanto aos mortos, São Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, no capítulo quatro, nos proíbe entristecer-nos por eles, porque isto convém aos pagãos, que não têm esperança alguma de ressuscitar. O apóstolo não manda e nem ensina orar por eles, o que não teria esquecido se fosse conveniente. S. Agostinho, sobre o Salmo 48, diz que os espíritos dos mortos recebem conforme o que tiverem feito durante a vida; que se nada fizeram, estando vivos, nada recebem, estando mortos.

Esta é a resposta que damos aos artigos por vós enviados, segundo a medida e porção da fé, que Deus nos deu, suplicando que lhe praza fazer que em nós não seja morta, antes produza frutos dignos de seus filhos, e assim, fazendo-nos crescer e perseverar nela, lhe rendamos graças e louvores para sempre. Assim seja.

Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André la Fon.

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* Extraído de Paulo R. B. Anglada, Sola Scriptura: A Doutrina Reformada das Escrituras (São Paulo: Editora Os Puritanos, 1998), 190-197.

[1] O relato da história dos mártires huguenotes no Brasil, bem como a Confissão de Fé que escreveram, encontra-se no livro A Tragédia da Guanabara: História dos Protomartyres do Christianismo no Brasil, traduzido por Domingos Ribeiro; de um capítulo intitulado On the Church of the Believers in the Country of Brazil, part of Austral America: Its Affliction and Dispersion, do livro de Jean Crespin: l’ Histoire des Martyres, originalmente publicado em 1564. Este livro, por sua vez, é uma tradução de um pequeno livro: Histoire des choses mémorables survenues en le terre de Brésil, partie de l’ Amérique australe, sous le governement de N. de Villegaignon, depuis l’ an 1558, publicado em 1561, cuja autoria é atribuída a Jean Lery, um dos huguenotes que vieram para o Brasil em 1557, o qual também publicou outro livro sobre sua viagem ao Brasil: Histoire d’an voyage fait en la terre du Brésil.

[2] O texto foi transcrito de Jean Crespin, A Tragédia da Guanabara; História dos Protomartyres do Christianismo no Brasil, 65-71. O português antigo de Domingos Ribeiro (o tradutor) foi atualizado.

[3] Uma referência ao Credo Apostólico.

Missa de 7° dia é culto aos mortos?



Por Márcio de Souza

A missa de 7° dia é uma cerimônia que visa o alívio do morto com relação aos seus pecados. A liturgia dos defuntos, que remonta do séc. V, tem como principal objetivo a expiação das penas dos fiéis defuntos que porventura estejam no purgatório.

Oficialmente, se reconhece o costume de rezar missas para os falecidos com essa finalidade na missa de corpo presente, no terceiro dia, sétimo dia e trigésimo dia, porém no Brasil é comum apenas se rezar a missa de sétimo dia e trigésimo (raramente). (Fonte: Missal Lefebvre, edicao 1963).

Objetivo - A liturgia dos mortos, que surgiu no séc. V, tem como principal objetivo a expiação das penas dos mortos que estão no purgatório

Fundamento - Este ensinamento da Igreja Católica se fundamenta no texto do livro dos Macabeus, em que Judas Macabeu ordena que se façam sacrifícios no Templo de Jerusalém pelas almas de seus soldados que haviam morrido numa batalha (por terem cometido pecados leves).

"Santo e salutar pensamento este de orar pelos mortos. Eis porque ofereceu um sacrifício expiatório pelos defuntos, para que fossem livres dos seus pecados" (cfr. II Macab. XII, 41-46).

Tem na bíblia? – somente no apócrifo Macabeus.

Resolve alguma coisa? - Para quem morreu, ou para quem está vivo?

Para quem morreu – não resolve nada!

Para quem está vivo – talvez amenize o remorso de quem nunca fez nada para o morto quando este ainda vivia!

E no mais, tudo na mais santa paz!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A importância da Renúncia

“E, pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus. Sabes os mandamentos: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não defraudarás ninguém, honra a teu pai e tua mãe. Então, ele respondeu: Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude. E Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me. Ele, porém, contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era dono de muitas propriedades.” Marcos 10.17-22

Neste breve texto, vemos o reflexo daquilo em que os judeus acreditavam. Pensavam eles que as riquezas eram um sinal da aprovação de Deus e que os ricos teriam maiores possibilidades de serem salvos, ou seja, de alcançarem a vida eterna. Jesus, porém afirma nos versículos seguintes (23 e 24), após o diálogo com o jovem rico, que dificilmente um rico é salvo. Podemos entender que isso se dá mediante ao orgulho gerado pelos bens materiais, pelo apego demasiado a estes e aos benefícios gerados pelo mesmo. O jovem rico queria a salvação, mas não o sujeitar-se à vontade de Deus. Apesar de cumprir alguns mandamentos, ele rejeitou o mais importante deles, que consiste em amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento (Mateus 22:37). Assim também as Igrejas estão repletas de pessoas buscando a salvação, mas que em seu coração rejeitam o Senhorio de Deus em suas vidas, negando a necessidade de renunciarem.

Por renúncia compreende-se o entregar-se totalmente a Deus, colocando-O em primeiro lugar em sua vida, tendo-O não apenas como Salvador, mas também como Senhor. É dispor-se a escutar e a obedecer a voz de Deus, é deixar para segundo plano as suas próprias vontades e desejos. A renúncia posta em prática demonstra que entendemos a mensagem, que fomos tocados pelo Espírito Santo, que realmente amamos a Deus e que estamos nos tornando verdadeiramente seguidores de Cristo; fazendo assim, o seu querer, que é a mensagem do evangelho. Em Mateus 16:24-25 o próprio Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmos se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á.” A renúncia é fruto da vontade de Deus em nossas vidas.

Devido ao orgulho, muitas vezes nós é penoso deixar de realizar a vontade própria e fazermos a vontade de Deus, mas ao final, é compensador, pois sabemos que estamos obedecendo à vontade do Criador Soberano. Obedecer e renunciar são as primícias da vida cristã. Nada pode suceder-se bem se não renunciarmos nossa vontade por amor a Deus. Nada em nós é significantemente bom quando comparado ao que Deus fez e faz por nós a cada momento.

A falta de renúncia é desobediência, que além de repercutir de forma negativa sobre nosso relacionamento com Deus, também nos leva ao nanismo espiritual, que de igual modo nos levará a sermos pseudo-cristãos travestidos de pseudo-piedade. Não podemos nos esquecer que o futuro nos reserva um prestar de contas a Deus pelos nossos atos e omissões. Mediante esse fato, somos indagados: Quem (ou o quê) vem ocupando o primeiro lugar em nossa vida? Deus, sua lei e seus princípios ou os fúteis entretenimentos que nos levam à perdição, ofertados por este mundo?

Que possamos estar alertas e dar ouvidos as palavras de Eclesiastes 11.9,10 que diz: “Sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade.”

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Soldados do Pecado

Por Daniel Clós César

Por que tanta gente defende o pecado? Por que tantos defendem as obras do maligno na igreja? Por que tantos fecham os olhos para Palavra e entregam seus corações a falsos profetas e pastores devoradores de ovelhas?

Não são poucos os leitores deste e de outros blogs apologéticos que militam nas frentes do anjo caído. Não são poucos os que desconhecem a Palavra do Senhor de Toda Glória mas conhecem todas as magias e poções dos feiticeiros do mundo "gospel".

Eu mesmo pretendo responder as perguntas que fiz no início deste post. Não que eu tenha uma resposta definitiva. Não mesmo. Mas a Palavra de Deus me dá uma clara orientação de por onde devo caminhar e de como evitar isso.

Certamente esses mesmos servos das trevas iram afirmar que sou soberbo e que estou me declarando mais santo que eles. Tudo bem... é aceitável isso. Mas a questão poderia ser compreendida da seguinte forma. Estou eu lutando contra aquilo que diz: "louvem a Deus" ou contra aquilo que diz: "Dêem glória a este/a homem/mulher?"

Temo todos os dias por Aquele que pode matar a minha alma. Seu temor em meu coração é a maior prova do Seu amor por mim. Quanto aos que temem os homens que lhe podem tirar a vida, ou menos ainda, a "benção", a dignidade, a oportunidade... a vocês não há nada senão dor e sofrimento eterno. Pois dão glórias aos homens e não glórias a Deus (João 12.43).

Por que tantos defendem o pecado? Entendo que esses ainda não foram libertos (alguma objeção?). Você só irá defender aquilo que crê como verdade. Crê como sendo justo, reto e de boa aparência. Você defenderá a todo custo aquilo que é seu... sua esposa, filhos, pais... ainda que não sejam propriedades suas, você os tem no mais alto valor humano... você dará tudo para defender o pecado se você ainda é escravo dele. Se ele ainda controla suas ações... você dará a vida por ele... e muitos a dão.

Não estou afirmando que o servo de Deus está livre de pecar. Mas ele é livre do pecado. Minha afirmação é pela Palavra e tão somente nela: "...que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; Quem morreu está justificado do pecado" (Rm 6.6-7). Não renovados pela Palavra vivem sob o domínio de satanás, ainda que freqüentem igrejas, ainda que ofertem e entoem louvores... são servos das trevas e nada compartilham da luz... senão um espaço físico, tão corruptível quanto a própria carne.

Por que tantos defendem as obras do maligno na igreja? Não são capazes de ver que igreja não é sinônimo de Igreja. Entendem "ajuntamento de santos" como sinônimo de "ecumenismo religioso". Esquecem o conselho do salmista: "Não se assente à roda de escarnecedores". Em seus argumentos vazios e em sua teologia pútrida afirmam: Cristo era amigo de prostitutas. Mostre-me pagão, onde um único versículo da Bíblia afirma tal heresia?

Mas ele comia com pecadores! (Mc 2.16) Exclamam. Ora, existe alguém sem pecados? Não pecaram todos e destituídos foram da Glória de Deus? (Rm 3.23) Como então Jesus poderia comer com santos? E a mulher pecadora que ungiu os pés de Jesus? Onde na Bíblia afirma que ela era prostituta. E se fosse, onde afirma que ela continuou a se prostituir e ainda assim era amiga de Cristo.

Esse é o motivo de porque tantos fecham os olhos para a Palavra e ouvem apenas falsos ensinadores, eles pregam aquilo que lhes apraz e não aquilo que realmente alimenta. Eu nunca teria deixado de ser um mentiroso e adúltero se acreditasse que Deus seria amigo de um mentiroso e adúltero... Ele nunca será... isso ofende Sua natureza que é santa... é por isso que ele me transformou. É por este motivo que a todos os quanto o recebem ele os transforma.

Mas poucos desejam serem transformados. A igreja pós-moderna lhes oferece um Deus cambiável. Um Deus que se adapta ao homem.

É por este motivo que tantos enchem as fileiras de satanás dentro de denominações ditas evangélicas. Os maiores inimigos da cruz não estão fora das congregações, mas dentro delas. Como o próprio apóstolo Paulo escreveu aos filipenses "Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo." (3.18)

Os ímpios olham para o evangelicalismo e vêem uma única massa uniforme. Não distinguem os que servem a Deus dos que cultuam Mamon. Não diferenciam os que aplicam-se à Palavra aos que vivem de magias e fórmulas de salvação e cura... no entanto dentro da igreja trava-se uma grande batalha. Daqueles que desejam servir a Deus daqueles que desejam servir a si mesmos.

Lamentável é saber que esses últimos tem dia após dia ganho terreno. Pastores em troca de algumas moedas de prata preferem esse tipo de seguidor... falsos profetas sabem que é nesse meio que se tornarão proeminentes.

Mas minha esperança é o Senhor. Ele não permitirá que aqueles que buscam a Sua face se cansem e desistam da batalha. Pois ainda que difícil seja o caminhar, a vitória já foi conquistada... Não por mim... nem por nenhum de nós... mas por aquele que viveu sem pecados

"Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação."

Habacuque 3.17-18

quinta-feira, 28 de outubro de 2010


Por Heitor Alves

A nossa conduta deve se harmonizar com a doutrina que pregamos. Por isso o cuidado de nós mesmos estarmos vinculados ao cuidado da doutrina (2Tm 4.16).
A boa doutrina gera boa conduta. Doutrina correta tem como conseqüente uma vida correta. Por isso a doutrina bíblica é essencial na vida do crente, para que o seu viver esteja em perfeita harmonia com a Bíblia. A rigidez dogmática é a condição primordial e indispensável para uma conduta disciplinada, pois de outra forma, a flexibilidade doutrinária será determinante para a frouxidão da própria vida moral, capaz de arrastar o ser humano para o abismo profundo da imoralidade. Eis a razão do por quê do liberalismo ser perigoso para o crente.
Quando a nossa vida é pautada pela única regra de fé e prática, ou seja, pelas Sagradas Escrituras, os nossos passos são seguros e firmes no caminho da retidão e da decência cristã. Aquele que vive apegado às verdades escriturísticas, possui as energias necessárias para reagir contra a força persuasiva do mal e está sempre em condições de dizer “não” ao convite sedutor do mundo.
O homem sem doutrina leva uma vida desenfreada; age sob o impulso de suas tendências pecaminosas. A doutrina constitui uma espécie de preservativo, que impede a derrocada do homem pelo caminho dos vícios e da imoralidade. Esse dogmatismo rígido deve ser mantido (ou estabelecido) em nossas igrejas, para que ela não perca a finalidade de sua existência.
A exposição da doutrina bíblica tem como finalidade a oposição a qualquer forma de mundanismo, daí ela ser um preservativo contra a infiltração de tendências indecentes e imorais no meio da igreja. É a falta de doutrina que está levando a igreja a ser imitadora do mundo, com suas seduções e modismos. Quando a igreja não recebe uma orientação segura para a sua formação moral e espiritual, acaba perdendo completamente a noção da vida cristã, passando a viver ao sabor do secularismo.
Sermões flácidos e com pouca (ou nenhuma) dose de doutrina bíblica são responsáveis pela atitude leviana com que muitos encaram a vida religiosa. Pregadores que, ao invés de combater o pecado, acabam incentivando-o. Disso podemos extrair o mau exemplo de pastores e líderes eclesiásticos que defendem o homossexualismo. Sermões sem doutrina geram pessoas acomodadas com a situação em que vivem, continuando a praticar o pecado e a agir ao sabor de uma vivência existencialista. A doutrina é o antídoto contra essa situação aberrante e despudorada do presente século.
A maioria dos sermões pregados nas igrejas está repleta de meros testemunhos ou exemplos de vida de outras pessoas. A igreja jamais crescerá na fé ouvindo apenas testemunhos e exemplos de vidas. Saber o que Deus tem feito na vida dos outros não fortalece minha profissão de fé. É preciso saber o que Deus tem a dizer a mim tão-somente. É preciso saber como a minha vida deve ser vivida, e não saber da vida dos outros! A igreja cresce através da exposição doutrinária das Sagradas Escrituras somente. Ouvir sobre relatos de vidas ou até mesmo ouvir testemunhos não firma a minha fé em Deus. É preciso de doutrina, teologia!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

QUANDO ESCOLHEMOS BARABÁS



Por Clóvis Cabalau

Barrabás não era um bandido qualquer (Mt:27:16). Preso por se amotinar contra Roma e estar envolvido em um homicídio (Mc 15:1-13), ele detinha a admiração do povo - à época subjugado pelo Império Romano. Era uma espécie de herói, corajoso ao ponto de enfrentar o poderio do inimigo dos judeus. O povo se identificava com ele.

Do outro lado,
estava Jesus. Corpo dilacerado, ensangüentado. O retrato da “fragilidade” humana ante a crueldade de seus algozes. Os dias de curas, milagres, sermões impactantes haviam se apagado da memória do povo ensandecido. Não, aquele não era o herói que eles queriam. As pessoas não se pareciam com Jesus. O povo se parecia com Barrabás.

Talvez inspirados no episódio bíblico, muitos falsos líderes e falsos profetas têm levado vantagem em nosso tempo. Eles têm facilidade de vender um “Jesus” diferente do Jesus da Bíblia. Oferecem Barrabás disfarçado de “Jesus” e muitos crêem. Um falso Je sus que não fala de arrependimento ou de mudança. Um “Jesus” que é parecido com o mundo: vaidoso, ganancioso, egoísta e acomodado em seu pecado.

O Jesus da coroa de espinhos, da cruz, da carne mortificada, do negar-se a si mesmo não é atrativo para a maioria. Mas, o “Jesus” da “prosperidade”, esse sim, é irrecusável. É esse o “Cristo” que muitos almejam, o gênio da lâmpada, sempre disponível para satisfazer desejos.

Queremos um Jesus que se pareça conosco em vez de alguém que precisemos mudar para se parecer com Ele.

Nos evangelhos, o povo escolheu a Barrabás porque se parecia mais com ele do que com Jesus. Muitas vezes, agimos da mesma forma, como imitadores daquelas pessoas. Escolhemos o preso pecador, que se parece conosco, ao invés de Jesus, que exige de nós uma mudança de vida.

Pense nisso.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Coisas que a Bíblia não diz



O teólogo que se preza sabe que a sua fonte primacial de autoridade é a Bíblia, a Palavra de Deus (Gl 1.8; 1 Co 4.6; 15.3,4).

Todas as outras fontes de autoridade são secundárias, como a razão, a tradição, as experiências e a teologia. Esta, inclusive, é o que os teólogos dizem das Escrituras. Não deve ser ela confundida com a Bíblia, que é a própria Palavra do Senhor.


Há algumas afirmações teológicas consagradas que precisam ser compreendidas à luz da Bíblia, a fim de que não se faça uma interpretação equivocada da sã doutrina. Neste segundo artigo da série em apreço apresentarei três assertivas bastante usuais e comuns em obras teológicas, mas que devem ser confrontadas com as Escrituras.

“O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Trindade”

Essa afirmação baseia-se na pressuposição de que o Deus Pai é a primeira Pessoa da Trindade, o Deus Filho, a segunda, e o Espírito Santo, a terceira. Entretanto, o estudioso da Bíblia deve entender que tais títulos não refletem uma hierarquização. O Pai, o Filho e o Espírito formam um único Deus. Não existe triteísmo, e sim tripessoalidade.


Como não existe hierarquização entre as Pessoas divinas da Trindade, no Novo Testamento não há a preocupação dos autores sagrados em apresentar uma delas em primeiro plano sempre. Veja como elas se alternam: na fórmula batismal o Pai aparece primeiro (Mt 28.19). Em 2 Coríntios 3.3,4 e na bênção apostólica (2 Co 13.13), o Filho aparece primeiro. Mas observe que na primeira passagem de 2 Coríntios o Espírito aparece em segundo lugar, e na segunda, em terceiro. Em 1 Coríntios 12.4-6, a ordem é Espírito, Senhor (Deus Filho) e Deus Pai.

Portanto, as expressões teológicas “primeira, segunda e terceira Pessoas da Trindade” existem apenas para fins didáticos, e não para hierarquizar a Trindade.


“O nascimento do Senhor Jesus foi virginal”

O que ocorreu de modo virginal e também sobrenatural, na verdade, foi a concepção, a encarnação (1 Tm 3.16), e não o nascimento do Senhor. Não houve conjunção carnal — expressão do Direito — entre José e Maria, pais de Jesus, para que Ele fosse gerado no ventre de sua mãe. Ela ficou grávida pela ação direta do Espírito. Quanto ao nascimento, ele ocorreu de modo natural (Gl 4.4), e Maria, é evidente, não permaneceu virgem.

Por conseguinte, a expressão teológica “nascimento virginal de Jesus” alude à sua concepção; refere-se ao fato de que Maria ficou grávida sem que houvesse relação sexual entre ela e José, e não ao nascimento, em si.


“Jesus é 100% homem e 100% Deus”


Essa assertiva teológica também precisa ser vista à luz da Bíblia. Que Jesus é o Deus-Homem não se discute (1 Tm 2.5). Ele é Deus e é Homem. Entretanto, Ele é 100% divino — nunca deixou de ser Deus, ainda que tenha aberto mão de alguns dos atributos ao se encarnar (Fp 2.6-11; Hb 1.8) —, mas não é, biblicamente, 100% humano.

Observe que a Bíblia, em nenhum momento, afirma que o Senhor Jesus se fez igual aos homens. Não! Em Romanos 8.3, está escrito que “Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne”. Em Filipenses 2.7, vemos que Ele, ao aniquilar-se a si mesmo, fez-se semelhante aos homens. E, em Hebreus 2.17, está escrito: “Pelo que convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos”.

Paradoxalmente, a afirmação teológica de que Jesus é 100% Homem se torna contraditória justamente em razão de Ele ser 100% Deus. Sendo Ele totalmente divino, jamais poderia ser idêntico aos homens.

Muitos filósofos não entendem como Jesus conseguiu vencer todas as tentações como Homem, pois, segundo eles, Ele jamais teria conseguido deixar de pecar por pensamentos. Mas aqui está a diferença entre o Homem Perfeito e os homens imperfeitos. Ele só foi tentado de fora para dentro. Não havia nEle o germe do pecado, visto que foi concebido por obra e graça do Espírito Santo. Quanto a nós, nascemos em pecado (Rm 3.23; Sl 51.5) e somos tentados a partir de nossa própria natureza caída (Tg 1.13,14).


Amém?

Ciro Sanches Zibordi

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ESTÁ LÁ NO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Transcrevo abaixo as páginas 98 a 101 do PNDH 3. Leia e julgue você mesmo. Chamo a atenção para os grifos que fiz. Eles merecem análise à parte. Se quiser ter acesso ao texto completo, clique aqui.

Objetivo estratégico V:

Garantia do respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero.

Ações programáticas:

a) Desenvolver políticas afirmativas e de promoção de uma cultura de respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero, favorecendo a visibilidade e o reconhecimento social.

Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

b) Apoiar projeto de lei que disponha sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Justiça

Recomendação: Recomenda-se ao Poder Legislativo a aprovação de legislação que reconheça a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

c) Promover ações voltadas à garantia do direito de adoção por casais homoafetivos.

Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República

Recomendações:

• Recomenda-se ao Poder Judiciário a realização de campanhas de sensibilização de juízes para evitar preconceitos em processos de adoção por casais homoafetivos.

• Recomenda-se ao Poder Legislativo elaboração de projeto de lei que garanta o direito de adoção por casais homoafetivos.

d) Reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), com base na desconstrução da heteronormatividade (grifo meu).

Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

Parceiro: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

e) Desenvolver meios para garantir o uso do nome social de travestis e transexuais.

Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

Parceiro: Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República

Recomendação: Recomenda-se aos estados, Distrito Federal e municípios a promoção de ações que visam a garantir o uso do nome social de travestis e transexuais.

f) Acrescentar campo para informações sobre a identidade de gênero dos pacientes nos prontuários do sistema de saúde.

Responsável: Ministério da Saúde

g) Fomentar a criação de redes de proteção dos Direitos Humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), principalmente a partir do apoio à implementação de Centros de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate à Homofobia através de núcleos de pesquisa e promoção da cidadania daquele segmento em universidades públicas.

Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

Parceiro: Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos

h) Realizar relatório periódico de acompanhamento das políticas contra discriminação à população LGBT, que contenha, entre outras, informações sobre inclusão no mercado de trabalho, assistência à saúde integral, número de violações registradas e apuradas, recorrências de violações, dados populacionais, de renda e conjugais.

Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

Parceiros: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE); Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Ministério do Trabalho e Emprego

Objetivo estratégico VI:

Respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade do Estado.

Ações programáticas:

a) Instituir mecanismos que assegurem o livre exercício das diversas práticas religiosas, assegurando a proteção do seu espaço físico e coibindo manifestações de intolerância religiosa.

Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Cultura; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

Parceiro: Fundação Cultural Palmares (FCP)

Recomendação: Recomenda-se aos estados e ao Distrito Federal a criação de Conselhos para a diversidade religiosa (grifo meu) e espaços de debate e convivência ecumênica para fomentar o diálogo entre estudiosos e praticantes de diferentes religiões.

b) Promover campanhas de divulgação sobre a diversidade religiosa para disseminar cultura da paz e de

respeito às diferentes crenças.

Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da

Cultura; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República

Parceiro: Fundação Cultural Palmares (FCP)

c) Desenvolver mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União (grifo meu).

Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

Recomendação: Recomenda-se o respeito à laicidade pelos Poderes Judiciário e Legislativo, e Ministério Público, bem como dos órgãos estatais, estaduais, municipais e distritais.

d) Estabelecer o ensino da diversidade e história das religiões, inclusive as derivadas de matriz africana, na rede pública de ensino, com ênfase no reconhecimento das diferenças culturais, promoção da tolerância e na afirmação da laicidade do Estado.

Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

Universalizar Direitos em um Contexto de Desigualdades

Parceiros: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República;

Ministério da Cultura; Fundação Cultural Palmares (FCP)

e) Realizar relatório sobre pesquisas populacionais relativas a práticas religiosas, que contenha, entre outras, informações sobre número de religiões praticadas, proporção de pessoas distribuídas entre as religiões, proporção de pessoas que já trocaram de religião, número de pessoas religiosas não praticantes e número de pessoas sem religião (grifo meu)

Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

Parceiros: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)

Nomes dos deputados federais do Brasil a favor do aborto até o nono mês de gestação.

Esses deputados federais assinaram um recurso para que o Plenário da Câmara dos Deputados delibere sobre o PL 1.135/91, após terem perdido na comissão na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara.
Esses deputados abortistas estão nesta lista que você confere agora por estado e partido:

ACRE (01)
Nilson Mourão – PT/AC
AMAPÁ (03)
Dalva Figueiredo – PT/AP
Evandro Milhomen – PCdoB/AP
Janete Capiberibe – PSB/AP
AMAZÔNIA (01)
Vanessa Grazziotin – PCdoB/AM
BAHIA (06)
Nelson Pellegrino – PT/BA
Zezéu Ribeiro – PT/BA
Daniel Almeida – PCdoB/BA
Alice Portugal – PCdoB/BA
Roberto Britto – PP/BA
Severiano Alves – PDT/BA
CEARÁ (04)
José Guimarães – PT/CE
Eudes Xavier – PT/CE
Chico Lopes – PCdoB/CE
Flávio Bezerra – PMDB/CE
DISTRITO FEDERAL (01)
Magela – PT/DF
ESPÍRITO SANTO (01)
Iriny Lopes – PT/ES
GOIÁS (01)
Rubens Otoni – PT/GO
MARANHÃO (02)
Domingos Dutra – PT/MA
Sarney Filho – PV/MA
MINAS GERAIS (03)
Virgílio Guimarães – PT/MG
Jô Moraes – PCdoB/MG
Edmar Moreira – DEM/MG
MATO GROSSO (01)
Carlos Abicalil – PT/MT
MATO GROSSO DO SUL (01)
Antônio Carlos Biffi – PT/MS
PARÁ (04)
Paulo Rocha – PT/PA
Beto Faro – PT/PA
Zé Geraldo – PT/PA
Asdrubal Bentes – PMDB/PA
PARANÁ (02)
Angelo Vanhoni – PT/PR
Max Rosenmann – PMDB/PR
PERNANBUCO (07)
Pedro Eugênio – PT/PE
Fernando Ferro – PT/PE
Maurício Rands – PT/PE
Raul Jungmann – PPS/PE
Silvio Costa – PMN/PE
Ana Arraes – PSB/PE
Inocêncio Oliveira – PR/PE
RIO DE JANEIRO (05)
Jorge Bittar – PT/RJ
Carlos Santana – PT/RJ
Edmilson Valentim – PCdoB/RJ
Chico Alencar – PSOL/RJ
Brizola Neto – PDT/RJ
RIO GRANDE DO NORTE (01)
Sandra Rosado – PSB/RN
RIO GRANDE DO SUL (04)
Marco Maia – PT/RS
Luciana Genro – PSOL/RS
Pompeo de Mattos – PDT/RS
Darcísio Perondi – PMDB/RS
RONDÔNIA (01)
Eduardo Valverde – PT/RO
RORAIMA (01)
Francisco Rodrigues – DEM/RR
SÃO PAULO (13)
José Genoíno – PT/SP
Paulo Teixeira – PT/SP
Jilmar Tatto – PT/SP
Vicentinho – PT/SP
Cândido Vaccarezza – PT/SP
Devanir Ribeiro – PT/SP
José Mentor – PT/SP
Cláudio Magrão – PPS/SP
Arnaldo Jardim – PPS/SP
Ivan Valente – PSOL/SP
Regis de Oliveira – PSC/SP (12)
Paulo Pereira da Silva (Paulinho da Força) – PDT/SP
Dr. Ubiali – PSB/SP

AO TODO 63 DEPUTADOS ASSIM DIVIDIDOS POR PARTIDO
1. PT 31 Deputados (49,20 %)
2. PC do B 07 Deputados (11,11 %)
3. PSB 04 Deputados (6,33 %)
4. PDT 04 " "
5. PMDB 04 " "
6. PSOL 03 " (4,76 %)
7. PPS 03 " "
8. DEM 02 " (3,17 %)
9. PMN 01 " (1,58 %)
10. PR 01 " "
11. PV 01 " "
12. PSC 01 " "
13. PP 01 " "

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Sobre a idolatria evangelica


O evangélico é idólatra! Tenho ministrado em alguns grandes congressos e o nível de idolatria assusta. Basta o cantor (ou pregador) ser famoso e pronto, está deflagrado o processo idólatra. Olhinhos brilhando, tietagem, lágrimas, milhares de fotos, celulares brotando do chão, em alguns lugares gritos eufóricos tiram Cristo do foco e assassinam o sagrado.
A mentalidade evangélica do show não é mais novidade - e a idolatria também não - tanto que já não choca, não "escandaliza" ninguém. Já não se respeita o lugar do culto, a ambiência do sagrado, o momento da adoração. O que importa é tirar fotos com o ídolo, abraçar, chorar, entronizar o novo deus do instante.
Os chamados "artistas gospel" adoram isso tudo! Basta ver em seus rostos a expressão de êxtase por estarem na mira dos holofotes. Notei o modus operandi desses deuses de hoje: as mesmas técnicas dos "artistas" seculares em seus shows: "Joga a mão pra cima!" Enquanto o "culto" se desenrola em sua forçada normalidade, o povo tenta esconder sua alarmante ansiedade pelo show, até que chega o momento esperado: "com vocês: o nosso deus!" E o povo... abraça a idolatria em sua mais nefasta expressão - a substituição do Deus verdadeiro pela cópia bizarra do momento.
Eugene Peterson escreveu: "Gostamos dos ídolos porque gostamos secretamente da ilusão de controlá-los. São deuses destituídos de divindade para que nós possamos continuar a ser deuses de nós mesmos. A adoração de ídolos (em todas as dimensões: céu, terra, embaixo da terra) sempre foi o jogo religioso predileto. A adoração de ídolos é o vazio batizado de espiritualidade" Dt. 5. 8-10.
Não preciso lembrar que a idolatria é um pecado que fere profundamente o coração de Deus, preciso? O grande problema na adoração aos ídolos é a inversão teológica que é feita. Passa-se a adorar o objeto criado ao invés do Criador de todas as coisas (Rm. 1.19-23). Alguns estudiosos trabalham com a ideia de que o deus de uma pessoa é aquilo a que ela dedica seu tempo, seus bens e seus talentos; aquilo a que ela se entrega. A ideia teológica dessa linha de pensamento é a de que sempre que alguém, ou algum objeto, ou até mesmo alguma função ocupa o lugar central em nosso coração, mente e intenção, torna-se um ídolo, porque tomou o lugar que pertence a Deus (Mt. 22.37).
Não há problema em gostar do trabalho de alguém, ou mesmo tirar uma foto com ele(a), mas a questão é: dentro do templo? No ambiente do culto? Qual é a intenção em celebrar tão desesperadamente alguém? Em matéria de idolatria, todo cuidado é pouco.

A W Tozer disse: "Um ídolo na mente é tão ofensivo a Deus quanto um ídolo na mão".



Autor: Alan Brizotti

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Dinossauros e outros bichos estranhos na Bíblia

Muitos são os questionamentos quando tratamos desse assunto à luz da Palavra de Deus, porque devido as falsas teorias muitas pessoas têm se sentido inseguras e receosas em associar o estudo dos dinossauros com a Bíblia, porém o fato de realizar-se tal estudo não implica de forma alguma em colocar a teoria evolucionista em acordo com a Bíblia.
Devemos ter em mente que os dinossauros, são ou foram animais que, em geral, diferem das outras espécies principalmente pela sua estatura elevada, lembrando ainda que existem alguns dinossauros pequenos, do tamanho aproximado de um coelho.
Devemos olhar para a Palavra de Deus com o coração quebrantado e então veremos o Deus Criador de todas as coisas revelar-se com poder e majestade. Começaremos, então, a ver a eterna soberania que possui o Deus que servimos.
Na biologia os dinossauros são classificados com répteis, sendo assim Gn 1: 24 – 25 declara:
“Disse também Deus: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez.
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança, tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.”
Contudo, muitas pessoas têm afirmado que a Bíblia não fala sobre dinossauros, pois tal palavra não encontra-se nas Sagradas Escrituras.
Essa questão é respondida quando estudamos a origem do termo dinossauro que só veio a ser inventado em 1841, pelo médico inglês Gideon Mantell, que encontrou ossos e dentes de um grande animal, que ele achou semelhante aos de uma iguana, denominando-o de Iguanodon (“dente de Iguana”). Posteriormente, dois enormes fósseis foram encontrados na Inglaterra, o de um Megalosaurus e o de um Hylaeosaurus. Apenas em 1841 receberam um nome para seu grupo.
Atualmente são catalogados cerca de 2000 espécies diferentes, divididas em 650 gêneros, e são descobertos em média 12 novas espécies por ano.
Apesar do termo “dinossauro’ só ser inventado em 1841, esse animal sempre existiu independente do nome que viesse a receber: monstro, dragão, criatura, dinossauro etc.
A versão inglesa da Bíblia – Rei James (Tiago) – KJV (King James Version) escrita em 1611 já falava a respeito dos grandes animais, que posteriormente viemos a chamar de dinossauros.
Partindo da certeza que os dinossauros fazem parte da criação de Deus, devemos deduzir que a Palavra de Deus – Bíblia – também deve relatar algo a respeito.
Os principais textos bíblicos que citam tais animais são:
- Jó 40 – 41
- Sl 74:13 – 17; 104:26
- Is 27:1
- Jó 40: 15 – 24
Devemos observar que Deus, ao falar com Jó, estava demonstrando seu infinito poder e majestade e para isso utilizou um exemplo que era bem familiar a Jó, para que ele pudesse ter um ponto de referência para compreender o que Deus estava falando.
v.15 – hipopótamo
A palavra aqui utilizada, no original (hebraico), é Behemoth e não hipopótamo.
Ao observarmos as características físicas desse animal concluiremos que se trata de outro ser que não o hipopótamo.
v.16 – 17
A descrição bíblica indica que o animal possuía uma cauda grande e potente, pois é comparada com o cedro – árvore alta forte e resistente. Se um hipopótamo, ou mesmo um elefante, possuísse uma cauda como é descrito no v.17 seriam bem diferentes do que conhecemos hoje.
v.20, 23
A declaração é que tal animal se alimentava em lugares altos, diferente do hipopótamo e do elefante.
Juntamente com o v.23 concluímos que se trata de um animal muito grande e pesado, pois não se alarma com enchentes, mesmo de um rio como o Jordão, com um considerável volume de águas.
Ao observarmos a descrição de tal animal, feita por Deus, destacamos ainda a afirmação feita pelo Senhor que assim como Ele criou a Jó (homem) também criou tal animal – Jó 40:15: “que eu criei contigo” e Jó 40:19: “Ele é obra-prima dos feitos de Deus”.
Algumas versões traduzem tal animal como hipopótamo, porém o hipopótamo não é encontrado na região geográfica que descreve esse acontecimento bíblico.
Segundo alguns pesquisadores esse animal é identificado, hoje, com o Braquiossauro, porém não temos certeza se é realmente tal animal ou outra espécie.
- Jó 41
Estaremos observando os principais versículos contidos nesse capítulo, onde iremos observar que o animal aqui descrito não se trata de um crocodilo ou jacaré.
v.1
A palavra utilizada no original (hebraico) não é crocodilo, mas sim Leviathan.
Faz-se menção acerca de travar a língua do crocodilo com uma corda, porém o crocodilo, assim como o jacaré, não possui uma língua solta, mas presa à parte inferior de sua boca.
Deus continua sua explanação com Jó descrevendo de forma detalhada as características físicas de tal animal.
v.18,19,20,21,31,32
Nesses versículos encontramos a afirmação de que o Leviathan, aos olhos humanos, cuspia fogo. Seria isso possível?
O fato é que essa informação tem feito com que muitas pessoas passassem a afirmar que o texto utiliza uma linguagem figurada, pois não existe animal que ‘cuspa fogo’.
Muitas pessoas, como já falamos, por falta de informação fazem afirmações que terminam por comprometer a veracidade e infalibilidade da Bíblia.
Alguns contestam o fato alegando ser impossível um animal realizar tal ação, contudo esquecem-se que outros animais produzem energia como o peixe elétrico e outros luz como algumas espécies de animais marinhos e o ‘vaga-lume’.
Em casos como esses, alguns cientistas se colocam como omissos, conhecendo a verdade todavia escondendo-a da população, pois tais informações irão desmoronar suas teorias e comprovar os relatos bíblicos.
Sabemos da existência de um besouro conhecido por alguns como besouro bombardeiro ou escaravelho – bombardier beetle.
Esse animal possui em seu interior um sistema de ‘bolsas’ que é capaz de armazenar substâncias inflamáveis como a hidroquinona e peróxido de hidrogênio que ao entrar em contato com o ambiente inflama.
Esse besouro utiliza esse recurso para defesa e ao observarmos temos a impressão que o animal está expelindo fogo de seu corpo.
Esse recurso é bem eficiente na defesa do besouro, já que o produto inflamável está a uma temperatura de 212°F (100°C) e é protegido pelo uso de um inibidor natural, não prejudicando o seu portador.
Essa informação não seria tão interessante se não fosse pelo fato de três animais pré-históricos (dinossauros) terem sido encontrados com características semelhantes às do bombardier beetle. Tais animais são o Kronossauro e o Hadrossauro e o Plesiossauro.
Ao estudar-se a estrutura craniana do Hadrossauro, constatou-se que o seu crânio possuía órgãos, bexigas e câmaras bem semelhantes às do besouro, permitindo que o Hadrossauro (Hadrossaur parasaurolophus) não só criasse, mas armazenasse e lançasse produtos químicos inflamáveis para proteger-se, ou atacar, sem queimar-se ou machucar-se.
Esse animal pode perfeitamente ser o dragão citado nas histórias de várias civilizações, e que ao longo dos anos passaram a exagerar nos relatos, ingressando-o na categoria de contos mitológicos.
O que sabemos de real é que tal animal existiu, foi relatado na Bíblia e também fez parte da Criação de Deus.
Se um animal pequeno pode produzir produtos químicos inflamáveis a uma temperatura de 100°C e não queimar-se, nada impede que um animal de grande porte com características imensamente semelhantes também o fizesse.
v.22
É destacado que a força desse animal reside no pescoço, porém a força de um crocodilo reside na cauda e na mandíbula, não no pescoço.
Mais uma vez percebemos que tal animal não é um crocodilo ou jacaré.
v.26-29
As características físicas do animal demonstram que ele possui uma resistência física bem superior a qualquer crocodilo, mesmo os pré-históricos já encontrados.
v.30
Sabemos que o ventre dos crocodilos são lisos e não possuem escamas pontiagudas como observamos no relato bíblico.
O Leviathan possuía escamas pontiagudas no ventre.
v.33,34
Ao observarmos a descrição do tamanho do animal percebemos que o mesmo é de grande porte, pois “olha com desprezo tudo o que é alto”. Ao contrário dos crocodilos que, dependendo da espécie, podem chegar a 5 metros ou mais de ‘comprimento’ e não de altura, tais animais eram muito altos.
Em geral, os crocodilos são baixos e não altos como descreve o texto bíblico.
- Sl 74:13-17
O animal aqui citado trata-se do Leviathan, que possui as mesmas características do animal em Jó 40.
- Sl 104:26
Ao observarmos o contexto do capítulo 104 iremos observar que o salmista referia-se a coisas reais, como animais grandes e pequenos e o monstro marinho – Leviathan.


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Fonte: Texto de Robson Tavares Fernandes. Membro da Igreja Batista da Graça (Campina Grande – PB) e bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional). Diretor e professor do CBA (Curso Básico de Apologética), e pesquisador da VINACC (Visão Nacional para a Consciência Cristã) e palestrante

terça-feira, 10 de agosto de 2010

As fontes dos DVDs “Prepare-se”

As fontes dos DVDs “Prepare-se”
Autores da escatologia aterrorizante são contrários ao cristianismo
As fontes dos DVDs “Prepare-se”
Muitos apreciadores da série Prepare-se não sabem que o seu apresentador sequer é cristão! Ele afirma, nos vídeos, que não tem religião e faz questão de atacar o cristianismo, que estaria, segundo ele, sob o domínio dos “senhores do mundo”.
Valendo-se de argumentações superficiais, o tal “o contador de histórias” afirma que não há necessidade de templos e que a grande maioria dos pastores evangélicos é mercenária. Recentemente, ele gravou um vídeo pelo qual afirmou que pertenceu à Assembleia de Deus durante dezesseis anos e saiu dessa igreja por que foi enganado durante todo esse tempo. Ele se opõe até mesmo à Ceia do Senhor, que é uma das ordenanças do Senhor Jesus, e cita um documentário sobre mitologia para contestá-la.
Ao tomar conhecimento da minha preocupação quanto à grande confusão que tem causado entre os desavisados a série aterrorizante Prepare-se, o meu amigo e pesquisador Marcos Lopes enviou-me informações muito importantes sobre o assunto. Lopes, que milita na área de apologética há muitos anos (conhecemo-nos no seminário teológico, no início da década de 1990), é ministro do Evangelho e policial militar em São Paulo.
“O mais interessante, para não dizer trágico, é que as ideias do apresentador da série Prepare-se não são suas, propriamente. Muito do que ele apresenta são teorias conspiratórias tiradas de documentários de Alex Jones, David Icke, Aaron Russo, Jordan Maxwell, G. Edward Griffin, Jim Marrs, Bill Hicks, George Carlin, John Taylor Gatto, Charlotte Iserbyt, Dave von Kleist, Stan Monteith e outras pessoas com ideias conspiratórias. Alex Jones, um dos mais citados, nasceu no Texas e é uma pessoa bem controvertida. Seu primeiro documentário que expõe suas ideias data de 1997: America Destroyed by Design”, afirma Lopes.
Alex Jones possui vários sites centrados em notícias e informações relativas a violações de liberdade civil e ao governo global. Ele foi uma das pessoas que criticaram o cerco do governo norte-americano à seita Davidiana, no Texas, em 1993. Depois de 51 dias de cerco pelo FBI, a aludida seita, dissidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia, teria posto fogo a sua sede. Mais de oitenta pessoas morreram, entre elas 25 crianças. Segue-se que um dos gurus das teorias conspiratórias apresentadas na aludida série em DVD é uma pessoa controvertida, que estimula a população contra o governo estadunidense.
Outro nome bastante citado pelo apresentador de Prepare-se é David Icke, um antissemita que acredita em extraterrestres. Ele, que já se envolveu com o espiritismo, teria recebido uma mensagem de um espírito identificado por “o guardião”. E este lhe disse: “Você é o escolhido para curar a Terra”. O curioso é que há cristãos desavisados levando os tais DVDs para as suas casas, acreditando cegamente em informações aterrorizantes e paranoicas. Alguns revoltam-se contra pastores e até contra a Bíblia, dando ouvidos a falsos mestres (1 Tm 4.1-3; 2 Tm 4.1-5).
O pesquisador Marcos Lopes também assevera: “O que torna bastante perigosa a série Prepare-se é a semelhança de algumas de suas argumentações com o controvertido filme anticristão Zeitgeist. Este foi amplamente refutado pelo Dr. Ben Witherington — considerado um dos grandes estudiosos do Novo Testamento. Zeitgeist é dividido em três partes. A primeira ataca a historicidade da Bíblia e afirma que Jesus, de modo antropomórfico, englobou várias entidades solares de outras culturas antigas. O autor do filme, Peter Joseph, tenta demonstrar que a história de Cristo é basicamente um plágio da história do deus egípcio Hórus. O cristianismo, de acordo com Zeitgeist, seria uma invenção usada para enganar e manipular as massas”.
Para Lopes, as informações aterrorizantes contidas nos tais DVDs e nos canais do YouTube estão gerando uma espécie de paranoia entre muitos evangélicos. E já há cristãos deixando de tomar certas vacinas importantes que o governo oferece à população, como já abordei nesta série sobre a escatologia aterrorizante. O motivo seria o medo de um suposto complô do governo contra o povo. Os vídeos fomentam uma revolta contra os governos norte-americano, brasileiro e todo tipo de governo.

Lopes informa que nos Estados Unidos já existem milícias em que até as crianças são ensinadas a usar armamentos para se defenderem do governo. Tudo porque acreditam que o governo norte-americano está tramando exterminar a população. Esse estímulo à revolta contra o governo — verificado na série Prepare-se — é antibíblica e contrária aos mandamentos contidos em Romanos 13.1-6. Aqui, a Palavra de Deus apresenta o nosso compromisso de nos sujeitarmos ao governo.

“O perigo letal para a igreja brasileira não é a Nova Ordem Mundial e toda essa história de conspirações mundiais, e sim o de se tornar renitente aos avisos de perigo que as Escrituras apresentam para o tempo do fim ( 2 Ts 2.3,11; 1 Jo 4.6). O apresentador de Prepare-se, assim como Alex Jones, não podem provar suas teorias conspiratórias. Ao contrário, suas declarações carecem de comprovações empíricas; elas se parecem com as teorias projetadas por seitas apocalípticas, como o Ramo Davidiano” — conclui Lopes.
Portanto, como se não bastassem as heresias destruidoras que hoje estão em grande parte das igrejas evangélicas brasileiras (cf. At 20.28-30. 2 Pe 2.1-3), temos agora milhares de cristãos evangélicos acreditando em conspirações que só existem nas mentes de Alex Jones, David Icke e seus discípulos. A Nova Ordem Mundial, em certo sentido, existirá. No entanto, os vídeos da mencionada série aterrorizante têm contribuído para causar uma grande desordem na igreja brasileira.
Com temor e tremor,

Ciro Sanches Zibordi