terça-feira, 20 de julho de 2010

Não julgar pode ser uma fuga

Não julgar os outros é um dos valores áureos do cristianismo (e também de outras religiões). Foi claramente ensinado por Jesus Cristo.
Este é valor plenamente válido para quem julga.
Aquele que é julgado deve tomar cuidado para não usar o princípio para se colocar acima do bem e do mal. Não é para ser usado como reforço da ideologia da privacidade, do tipo: "ninguém tem nada com a minha vida". Não é para ser manejado como um escudo para evitar a crítica, às vezes muitíssimo necessária. Todos devemos muito a pessoas que amorosamente nos chamaram num canto e nos advertiram do nosso erro.
Julgar demanda uma série de exercícios.
Não estamos julgando o erro do outro para desviar a atenção do nosso?
Não estamos nos achando os juízes do mundo, sempre prontos a dar cartão amarelo ou vermelho à menor falta?
Estamos dispostos a ouvir o outro, dando-lhe o direito de se fazer ouvir e, quem sabe (como, muitas vezes, acontece), detonar a certeza que tínhamos?
Podemos, em sã consciência, afirmar que o que estamos fazendo é motivado por um real interesse pelo bem-estar do outro?
Se formos aprovados no teste da motivação e no exercício da responsabilidade, temos o dever de contribuir para que as pessoas sejam melhores, assim como elas devem nos ajudar a ser também melhores. A convivência humana implica em mutualidade, já que não somos ilhas, se o que importa ao outro nos importa.
O oposto disto é uma vida no deserto, que nenhum de nós quer.

sábado, 17 de julho de 2010

Argentina aprova casamento gay

, sábado, 17 de julho de 2010

A Argentina se tornou na madrugada do dia 15, o primeiro país da América Latina a aprovar uma lei federal permitindo o casamento entre homossexuais. Após uma longa sessão, e tendo 33 votos a 27, com três abstenções, o Senado sancionou o projeto de lei apoiado pelo governo. A medida dá aos homossexuais os mesmos direitos, responsabilidades e proteções legais dos casais heterossexuais no país. A votação ocorreu pouco depois das 4h em uma sessão de quase 16 horas. A Câmara dos Deputados havia aprovado o projeto em maio, apoiado pela presidente Cristina Kirchner.
A Igreja Católica argentina e grupos evangélicos haviam organizado uma forte campanha contra a iniciativa, que incluiu uma manifestação com cerca de 60 mil pessoas em frente ao Congresso. Nove casais homossexuais já conseguiram se casar na Argentina após convencerem juízes de que a igualdade prevista na Constituição se aplica neste caso, mas algumas dessas uniões logo foram invalidadas. Fora do Congresso, manifestantes a favor e contra a lei fizeram vigília durante a noite, apesar do frio do inverno portenho.
Juíza argentina diz que não fará casamento homossexualUma juíza de paz argentina afirmou nesta sexta-feira que jamais realizará o casamento de casais homossexuais, um dia depois de o Senado aprovar uma lei que autoriza essas uniões."Que me acusem do que quiser. Deus me diz uma coisa e eu vou obedecer com todo rigor, mesmo que custe meu cargo, e mesmo que me custe a vida", afirmou Marta Covella, juíza de paz da cidade de General Pico."Fui criada lendo a Bíblia e sei o que Deus pensa. Deus ama a todos, mas não aprova as coisas ruins que as pessoas fazem. E uma relação entre homossexuais é uma coisa ruim diante dos olhos de Deus", assinalou ainda.A nova legislação propõe reformar o Código Civil mudando a fórmula de "marido e mulher" pelo termo "contraentes" e prevê igualar os direitos dos casais homossexuais com os dos heterossexuais, incluindo os direitos de adoção, herança e benefícios sociais.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Em que sentido o Espírito Santo de Deus habita em nós, visto ser ele uma Pessoa?


O Espírito Santo é um Ser, dotado de personalidade própria. Não é meramente uma força ativa, ou influência espiritual, ou ainda simples emanação de Deus. No Antigo Testamento ele é visto como uma Pessoa Divina, possuidor de atributos divinos (Gn 1). Ele tem participação na criação (Gn 1.2; Jó 26.13; Sl 104.30). Existem diversos símbolos do Espírito Santo nas Escrituras: azeite (Jo 3.34; Hb 1.9); água (Jo 7.38-39); vento (At 2.2; Jo 3.8); alguns confundem os símbolos do Espírito Santo com a sua natureza. Se os confundem com a Pessoa do Espírito Santo, porque não fazem o mesmo com os símbolos referentes a Jesus Cristo? Jesus é chamado de Cordeiro que foi morto (Ap 5.6); pedra (1 Pe 2.6); pão da vida (Jo 6.48). Se não atribuímos significação literal aos símbolos referentes a Jesus, porque querem alguns fazê-lo em relação ao Espírito Santo?

Em relação à Igreja, o Espírito Santo é visto como o único que pode regenerar uma alma, mediante seu toque operante e transformador (Jo 3.3-5). A presença do Espírito Santo, entre os crentes, deve ser contínua e perpétua (Jo 14.6). Essa presença produz frutos no crente. Vemos a ação de Deus desde a fundação do mundo. ...Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho (Jo 3.16). O Filho deu sua própria vida (Jo 15.13). E o Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). Alguns querem que anjos sejam seus mentores no caminho espiritual. As Escrituras, porém, ensinam que somente Deus pode conduzir o homem à vida eterna. Sua habitação portanto é pessoal, real, transformadora.


1- GÊNESIS 22:12 - Deus não sabia como Abraão iria agir?

PROBLEMA: Deste versículo decorre que Deus não sabia como Abraão iria agir, em resposta à ordem que lhe deu, já que foi somente depois de Abraão ter obedecido que Deus disse: "agora sei que temes a Deus". Entretanto, a Bíblia declara em outra parte que "o seu [Deus] entendimento não se pode medir" (SI 147:5), que ele sabe "o fim desde o princípio" (Is 46:10, SBTB), e que de antemão nos conheceu e nos predestinou desde a fundação do mundo (Rm 8:29-30).

SOLUÇÃO:
Em sua onisciência, Deus sabia exatamente o que Abraão faria, já que ele sabe todas as coisas (cf. Sl 139:2-4; Jr 17:10, At 1:24; Hb 4:13). Entretanto, o que Deus sabe por cognição e o que se sabe por demonstração são duas coisas diferentes. Depois de Abraão ter obedecido à ordem de Deus, ele demonstrou o que o Senhor sempre soube, isto é, que Abraão temia a Deus.

Aqui de novo a Bíblia, destinada como é a seres humanos, fala sob uma perspectiva humana. De forma semelhante, um professor de matemática pode dizer: "Vejamos se podemos encontrar a raiz quadrada de 49". E então, depois de fazer a demonstração, declara: "Agora sabemos que é 7", muito embora ele soubesse desde o início qual seria a resposta.

2- Como podemos entender a expressão "O Anjo do Senhor no AT"?




Nem sempre quando encontramos a expressão o anjo do Senhor, está claro que se refere à Pessoa do Senhor Jesus, pois há ocasiões que um mero anjo é identificado com Deus. Nesses contextos, o propósito é mostrar que o anjo está agindo e falando como representante de Deus. Mas, algumas vezes, o anjo indica a presença imediata de Deus (Êx 23.20-23; 32.34; 33.14,15; Is 63.9). Nesses textos Deus está prometendo andar e orientar o povo de Israel. O anjo mencionado em Êx 32.24 é chamado em Êx 33.14-15 de a minha presença, essa expressão poderia ser traduzida literalmente por a minha face. Em Is 63.9, o anjo da sua presença, no hebraico, significa não somente o anjo que se conserva na presença de Deus, mas também naquele em quem Deus é visto.

Theophania, é uma palavra composta pelos vocábulos gregos Theós (Deus), e phainein, (aparecer), significando uma manifestação visível de Deus. Tais teofanias são atribuídas a Segunda Pessoa da Trindade, Jesus Cristo. Elas não têm o objetivo de demonstrar a forma do Senhor, mas visa apenas dar uma mensagem, ao passo que a forma visível atrai meramente e fixa a atenção. O livro de Apocalipse dá uma notável visão de Jesus Cristo ressurrecto e glorificado (1.12-20).

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Teologia da prosperidade,

Estava descansando em casa, e para minha infelicidade enquanto buscava algum canal de TV, com o intuito de assistir algo produtivo, deparei com o cidadão Edir Macedo em seu programa de prosperidade. Minha intenção era não perder tempo com as mesmas palhaçadas usadas pelos pastores e obreiros da IURD, para arrecadar fundos financeiros.
Resolvi assistir um pouco daquele programa em que Edir Macedo “ministrava”. O fundador da IURD até o presente momento não havia trazido nada de novo, até que ele soltou um absurdo para justificar sua avareza. Lançou o pedido aos membros para contribuírem financeiramente, com a construção do novo templo no estado de São Paulo, no qual teria o formato do templo de Salomão.
Aproveitou a ocasião e a oportunidade, e criticou quem critica seu vergonhoso ministério pela teologia da prosperidade. Mas a coisa mais absurda que ouvi dele, foi quando ele pediu explicitamente aos seus cegos contribuintes, para ajudarem nessa construção milionária, que será construída com pedras de Israel. Não bastasse os absurdos mencionados por ele em torno do dinheiro, ainda teve a cara de pau em dizer que quando o “templo” estivesse construído, as pessoas colocariam suas mãos nas pedras, e o próprio Deus falaria com eles nas pedras. E afirmou isso usando Lc 19:40 fora de contexto, dizendo que Deus fala pelas pedras.
Avaliando as palavras dita por ele, ficou de forma clara e explícita que as infelizes colocações feitas em torno do misticismo das pedras que falam, que é uma filosofia distorcida do evangelho, defendida pelos espíritas da umbanda em Lc 19:40, quando eles afirmam que Jesus estava falando dos sepulcros com pedras, que na verdade seriam os espíritos falando.
Veja o que dizem os espíritas da umbanda sobre Lc 19:40; “...Considerando-se que, naquele tempo, os mortos eram sepultados em buracos, cavados nas rochas e, entendendo que Jesus se referiu às pedras como túmulos, fica mais fácil o entendimento.Mas se as pedras não podem falar, tampouco os túmulos falariam. Se ponderarmos que Jesus se referia aos mortos, então penetraremos o verdadeiro sentido das Suas palavras. Se os discípulos se calassem, os Espíritos falariam. Como de fato falaram e falam até hoje.”(Extraido do blog povo de aruanda,, sobre umbanda).
Para a infelicidade dele, e de suas ovelhas marionetes cegas, que estão cada vez mais envolvidas em um sincretismo religioso, onde a palavra de Deus não tem espaço. Com todas as heresias ditas por ele, para motivar o povo a ofertar, usando fora do contexto Lc 19:40. Os versículos referentes a “pedras que falam”, que tem tudo a ver com as arrecadações absurdas feitas por obreiros da IURD, está em Hc 2:9-11 “Ai daquele que, para a sua casa, ajunta cobiçosamente bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar do poder do mal!Vergonha maquinaste para a tua casa; destruindo tu a muitos povos, pecaste contra a tua alma. Porque a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento.”

Lamento que ainda exista tanta gente cegada pela teologia da prosperidade, permitindo que sejam enganados com falsas teologias, carregadas de misticismos, que me nada tem haver com o genuíno e glorioso evangelho de Jesus.
“Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão” Cl 2:18
Em Cristo,
Luciano Vieira

quinta-feira, 8 de julho de 2010

MISSÃO EM TIBAU

Estivemos em tibau no domingo dia 04-07-10 no culto de obra misionaria, onde fomos enviados pela secretaria de missão de Mossoró.
O nome do senhor foi glorificado, e mais uma vez sou grato a meu DEUS por ter me usado como simples instrumento.
Que o SENHOR seja glorificado.

Um dia no tribunal

Um dia no tribunal
Ainda era cedo de manhã, mas Pôncio Pilatos, o governador romano da Judéia, já se deparava com uma lista cheia de causas a serem julgadas. Ele não queria ser incomodado com as intrigas do sumo sacerdote dos judeus e seu conselho de anciãos, o Sinédrio. Na Judéia sempre faz calor desde o início do dia e Pilatos já estava suado e irritado, antes mesmo que os membros do conselho judaico se apresentassem diante dele arrastando consigo aquele profeta judeu, pregador do deserto ou seja lá o que fosse.
Pôncio Pilatos costumava ficar no palácio de Herodes quando visitava a cidade de Jerusalém. Era a ocasião em que os judeus celebravam uma de suas festas religiosas e ele começava a ter uma sensação de que esse era um caso do qual não conseguiria se esquivar. É verdade que ele odiava Jerusalém, bem como os judeus com seus costumes religiosos e suas prescrições insuportáveis, além de odiar a atitude obstinadamente defensiva desse povo no que dizia respeito ao seu templo. Porém, ele sabia que não podia correr o risco de melindrar o Sinédrio, sem dúvida, não agora. Afinal de contas, uma multidão de judeus se reunira do lado de fora do Pretório, junto com os principais sacerdotes e sua ordem religiosa de mestres da Lei. Eles não sairiam dali enquanto ele não julgasse o caso daquele sujeito chamado Jesus.
Quando Pilatos olhou para o acusado, que estava diante dele manietado e quieto, percebeu que uma “justiça brutal” já tinha sido administrada contra tal homem. As vestes de Jesus estavam rasgadas e era evidente que ele tinha sido espancado.
Não há nada de estranho nisso, pensou Pilatos. A não ser por uma coisa. Algo relacionado com o comportamento daquele homem. Será que se poderia chamar aquilo de dignidade? Dificilmente. Um pregador errante; vestido de trapos. Bem, o que quer que fosse, começava a enervar Pilatos. O governador se sentia cada vez mais pressionado a tomar uma decisão. Mas aquele homem, em pé diante dele com um olhar sereno e implacável, sem um pingo de medo ou ansiedade, apesar de ensangüentado e de provavelmente ter que enfrentar a pena de morte, tornava a situação ainda mais difícil.
Pilatos não podia ajudar; só conseguia relembrar seu histórico mal-sucedido em Jerusalém. Ele tinha sido convocado à Judéia para reassumir o controle da região. Seu antecessor, Arquelau, um dos filhos de Herodes, o Grande, cometeu um erro sórdido na tentativa de governar aquele território. Esse governante herodiano enviara suas tropas aos pátios do templo a fim de controlar uma rebelião violenta e acabou por massacrar três mil pessoas. Poucas semanas depois, Arquelau ausentou-se tranqüilamente de Jerusalém para fazer uma viagem a Roma e outra rebelião estourou. Essa última insurreição foi, finalmente, subjugada pelos romanos, depois que estes crucificaram dois mil habitantes locais ao redor das muralhas da cidade.
Pilatos pensava que podia fazer melhor. Afinal de contas, quando ele chegou a Jerusalém, pela primeira vez, na qualidade de governador, pensara consigo mesmo: César exige paz e ordem nos territórios de sua ocupação – e eu estou pronto a oferecer-lhe o que exige.
Mas, então, a realidade chegou. Pilatos, na intenção de sufocar um distúrbio, teve de enviar tropas para dentro da área do templo, as quais mataram muitos galileus, de modo que o sangue destes, derramado sobre o piso pedregoso, acabou por se misturar com o sangue dos animais que tinham acabado de ser sacrificados.
Em seguida, aconteceu o fiasco dos estandartes. Com o objetivo de fazer uma demonstração de força em Jerusalém e assumir o controle pela intimidação, Pilatos, na calada da noite, ordenou que suas tropas hasteassem estandartes ou bandeiras romanas no contorno de uma determinada área, todas elas com a imagem de César estampada. Ele nem se importou com o fato de que levantara imagens “idólatras” nas proximidades do templo. Como resultado, irrompeu outra rebelião.
Dessa vez um enorme contingente de judeus marchou na direção norte até o quartel-general de Pilatos em Cesaréia e exigiu que os estandartes romanos com a imagem de César fossem removidos. Naquele momento, quando Pilatos deu ordens para que seus soldados se dirigissem contra a turba de judeus, os últimos homens da multidão descobriram seu pescoço, desafiando o governador a matá-los. Até mesmo os centuriões ficaram impressionados.
Pilatos ficou ainda mais intimidado quando se lembrou da maneira pela qual teve de voltar atrás. Contudo, o que mais ele poderia fazer? A sobrevivência política nesse território abandonado da Judéia obviamente exigia sutileza diplomática, algo que ele considerava insultante. Ele preferia a força bruta. Era mais rápido – mais objetivo. Entretanto, Roma desejava a estabilidade naquela região. Agora Pilatos perguntava a si mesmo se algum dia isso seria possível.
Ele encarou Jesus outra vez. Aquele judeu tinha acabado de confessar que era um “rei”. Mas Pilatos era esperto o suficiente para saber que aquele rabi (mestre) itinerante falava acerca de alguma espécie de reino religioso – não de um reino político. Os principais sacerdotes o constrangiam a usar sua autoridade para sentenciar o acusado à pena capital, pela alegação de que Jesus cometera traição. Porém, Pilatos sabia que, pelo rigor da lei romana, aquele homem não representava risco nenhum de provocar uma revolta.
Então ele ouviu o grito de um dos escribas (ou era um dos sacerdotes? Talvez ele fosse ambas as coisas) que dizia algo sobre o modo pelo qual Jesus incitara o povo na Galiléia. Pilatos pensou: Herodes Antipas, o tetrarca da Galiléia, está aqui em Jerusalém para a festa. Esse Jesus procede do território que está sob a jurisdição de Herodes. Que Herodes julgue esse caso. Por que deveria eu decidir tal questão?
Nesse momento, ao dar novamente uma olhada em Jesus de Nazaré, o governador romano finalmente começou a esboçar um sorriso, que desapareceu de seu rosto quando ele contemplou os olhos fitos de Jesus nele como uma chama de fogo que arde no papiro seco, queimando a fina cobertura que ocultava as motivações políticas de Pôncio Pilatos.
Diz a história
Esse enredo dramático pode ou não refletir com exatidão os mais íntimos pensamentos de Pilatos. Contudo, é coerente com o relato dos quatro Evangelhos e com consideráveis registros da história antiga acerca do julgamento romano de Jesus.
Afinal, duvidar da historicidade do julgamento de Cristo perante Pilatos é o mesmo que questionar se a Suprema Corte dos Estados Unidos julgou o caso Dred Scott antes da Guerra da Secessão.
A existência histórica do Sinédrio é evidente e a família dos Herodes está solidamente comprovada nos escritos do historiador judeu Flávio Josefo, o qual também escreveu sobre o julgamento de Jesus perante Pilatos. A identidade do governador romano é atestada até mesmo fora dos relatos bíblicos e nos registros de Josefo.
Nos idos de 1950, numa escavação em Cesaréia, onde se localizava a residência oficial de Pilatos, descobriu-se uma inscrição em pedra. Embora uma parte dela tenha se perdido, as seguintes palavras ainda podiam ser lidas nitidamente: “Pôncio Pilatos, o Governador da Judéia”.
Já ouvi a argumentação daqueles que duvidam da Bíblia, alegando que a prática de Pilatos em conceder à multidão o direito de escolha, pelo voto verbal, entre Jesus e Barrabás, mencionada nos quatro Evangelhos, não era usual, nem histórica. Contudo, essa prática de indultar ou perdoar criminosos pelo voto popular realmente existiu. Um papiro do primeiro século (Papirus Forentinus), originário do Egito sob a ocupação romana, trouxe à luz que a mesma prática foi usada no ano 85 d.C.
Uma amizade misteriosa
Entretanto, há uma pergunta intrigante que nem as Escrituras Sagradas nem a história responderam. Após Pilatos ter enviado Jesus a Herodes para que este desse continuidade ao processo judicial, por que razão a Bíblia declara: “Naquele mesmo dia, Herodes e Pilatos se reconciliaram, pois, antes, viviam inimizados um com o outro” (Lc 23.12). Será que Herodes simplesmente desejava ser cordial? Isso parece pouco provável. O antigo escritor Fílon [de Alexandria, c. 20 a.C. - 50 d.C.] relatou que certa feita Pilatos instalou seus escudos distintivos dourados no palácio de Herodes. Herodes Antipas, ultrajado por tal situação, registrou uma queixa perante Tibério César, o qual ordenou que Pilatos removesse seus escudos daquele palácio. Com essa inimizade amargurada entre eles, só mesmo um motivo extremamente interesseiro, que garantisse o benefício de ambos, poderia ter curado a ruptura. Então, será que houve, de fato, uma conspiração entre Herodes e Pilatos? Se a resposta for afirmativa, contra quem seria?
Há uma possível explicação. Jesus permaneceu calado perante Herodes. Herodes o mandou de volta a Pilatos, porque não achou nele crime algum “digno de morte” (Lc 23.15). No entanto, segundo o texto de Atos 4.27, tanto Herodes quanto Pôncio Pilatos se voltaram contra Jesus. Ao harmonizarem-se tais versículos, chega-se à seguinte possibilidade: Herodes, embora desejasse secretamente livrar-se de qualquer pessoa (em especial, de Jesus) que representasse uma ameaça às suas ambições políticas, talvez tenha pensado que podia usar Jesus como um joguete, um peão no seu magistral jogo de xadrez – com o intuito de dar o xeque-mate no poder crescente do sumo sacerdote e do Sinédrio. Ao mesmo tempo, Pilatos queria simplesmente evitar mais uma decisão impopular e pode ter visto Herodes como um expediente de auxílio. Afinal de contas, Pilatos era uma pessoa moralmente baixa, além de ser um pragmático cruel.
O grande veredito
A despeito dos motivos de ambos, nem Herodes nem Pilatos conseguiram o que desejavam. Herodes, posteriormente, foi deposto por Calígula no ano 39 d.C. e Pilatos, depois de muitos fracassos, foi substituído em sua função de comando por ordens de Roma.
Todavia, Jesus, condenado sem razão e cruelmente crucificado, foi sepultado no túmulo de um homem rico e, três dias depois, ressuscitou triunfalmente.
A tarefa de Pilatos, como governador romano, era a de exercer justiça. Mesmo nos territórios de ocupação romana esperava-se que a justiça prevalecesse. O processo judicial romano reconhecia o direito de ficar em silêncio e a inocência do acusado até que se provasse o contrário. Antigos registros daquela época, transcritos de processos civis romanos, demonstram uma semelhança impressionante com o processo judicial nas cortes de justiça atuais: a presença dos advogados, a apresentação das provas documentais e testemunhais, bem como a formulação de elaborados argumentos legais. Pilatos, porém, desconsiderou todas as salvaguardas, ao permitir – e até mesmo ordenar – a execução de um homem que ele mesmo já tinha declarado inocente de qualquer crime passível de morte (Lc 23.14-15,22).
A última interrogação de Pilatos a Jesus registrada nos Evangelhos, pergunta essa que deve ter sido feita num tom de frustração e arrogância ultrajante, foi a seguinte: “Não sabes que tenho autoridade [poder] para te soltar e autoridade para te crucificar?” (Jo 19.10). Mas a resposta de Jesus a Pilatos deve ter penetrado até a medula, quando ele lembrou ao governador romano que Deus é o Outorgante Supremo da autoridade (v. 11). A partir de então, Pilatos redobrou seus esforços para evitar que o fiasco legal e político se desenrolasse na sua presença, mas tudo foi em vão (v. 12).
Entretanto, Jesus não foi morto por causa do fracasso de Pilatos em exercer justiça, nem por causa da conspiração de Herodes, nem mesmo em virtude da má fé de seus acusadores ligados ao Sinédrio. O sangue de Jesus foi voluntária e propositalmente “derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mt 26.28).
O princípio fundamental da justiça romana espelhava-se numa máxima popular (a qual, posteriormente, foi coligida nas Institutas de Justiniano) que Pilatos, sem dúvida, conhecia, mas optou por ignorar: “A justiça é o propósito determinado e constante de retribuir a cada um o que lhe é devido”.
Assim, portanto, também há uma decisão pessoal diante de cada um de nós: após considerarmos as alegações, feitas por Jesus, de ser ele o Messias, o Filho de Deus em carne, o Salvador, a perfeita e definitiva oferta pelo pecado, será que nós – eu e você – temos retribuído a Jesus “o que lhe é devido”?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O Silencio de DEUS

Na jornada da vida cristã, sabemos que sempre vamos enfrentar obstáculos, dificuldades, provações, tentações e outras mais que acabam contribuindo para o nosso próprio crescimento (Jo 16:33).
Como todo cristão verdadeiro – não de nome ou hereditariedade – sabe que os problemas dessa vida, sempre serão superados na pessoa de Jesus Cristo, mesmo que eles pareçam invencíveis.
Quando olhamos para a vida de Jó, além das suas qualidades como cidadão e homem de Deus (Jó 1:1,8), também encontramos nele, um exemplo louvável de convicção, fé e esperança (Jó 13:15) . Jó transmite uma personalidade caracterizada pelo ser, não pelo ter (Jó 2:10). Ele perde seus bens, ainda mantém sua convicção. Perde seus filhos, e ainda permanece fiel. Jó perde a sua própria saúde, mas guarda esperança. Jó sofreu um grande impacto ao ver que já não podia mais contar com sua esposa, mas mesmo assim a sua fé não é abalada (Jó 1:21).
A história de Jó ao ser lida com espiritualidade e fé, nos traz esperança e motivação para vencer qualquer peleja da vida. Mas se olharmos bem a fundo no livro, veremos que Jó enfrentou um dos maiores dilemas das aflições da vida. O silêncio de Deus (Jó 31:35).
Quantos já não passaram por esse momento angustiante? Adversidades, problemas um atrás do outro, tudo dando errado, e quando pedimos uma resposta do céu, ela não vem. Parece que estamos sozinhos, achamos que Deus não se importa conosco, e não sabemos como agir diante de tudo isso. Neste momento enfrentamos o silêncio de Deus em nossa vida.
Como na vida de Jó e também em nossas vidas, o silêncio de Deus permite que nos tornemos melhores do que antes da dificuldade. Pessoas mais maduras, mais crentes, com um testemunho de experiência em Deus, como descreveu Jó (42:3-5).
O silêncio de Deus em nossas vidas, também traz experiências que nos servem como exemplos, para entendemos a posição do nosso Deus, quando ficamos em silêncio, não falando com Ele e nem o ouvindo. Muitos definem oração como central de atendimento ao consumidor, buscando falar com Deus – ou melhor, falar para Deus – sobre suas necessidades, anseios, dúvidas, expectativas e qualquer outra coisa proveniente do seu ego. Muitos não veem oração como diálogo com o Todo Poderoso. Apenas lançam suas ansiedades sobre Ele, mas não tem um só minuto de diálogo para ouvi-lo. Mas ainda existem alguns piores, que há muito tempo silenciaram com Deus, já não falam com Ele mais, dizem ser a imagem do Criador, mas esse Criador já não ouve a voz da sua criatura a um bom tempo.
Se você, como Jó, já experimentou o silêncio de Deus em sua vida, e soube quão terrível é essa solidão. Não de as costas para o seu Criador, silenciando com ele. Pois ele quando se cala, é porque está trabalhando pela sua vida, e não por rejeição a você. Faça da oração, o momento mais agradável do seu ser. Chore, silencie por alguns minutos e ouça o que Ele tem a dizer, desabafe, faça sua lamentação, reclame, peça, e nunca de deixe de adorá-lo.
O mais importante de tudo isso. Nunca fique em silêncio para Deus. Ele quer sempre ouvir sua voz.
Em Cristo,
Luciano Vieira

“Qual dos dois fez a vontade do pai?

“Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para o crer.”

Mateus 21.31-32
Dia desses conversávamos sobre pessoas que se arrependem e mudam de vida. Mas sempre tem alguém que fica inconformado e caçoa: "É assim... Depois que pintou e bordou, se prostituiu, usou droga, matou, roubou, traiu... de uma hora para outra vira crente e fica santo! É muita cara de pau!"
Cara de pau por quê? Seria preferível seguir num estilo de vida destrutivo de si e dos outros? Arrepender-se, pedir perdão e mudar de vida é algo ruim ou desonroso?
Certamente se quem tece esse tipo de comentário tivesse alguém na família com uma vida desregrada e/ou criminosa, que tivesse dado essa meia-volta rumo a Deus, agradeceria por ver a mudança. Ou, porventura, se alegraria em ver a degradação da família e de um membro dela até o fim, só para ter de quem falar mal?
Ao tecer esse tipo comentário, tais pessoas querem mostrar como são boas diante de Deus ou melhores que as demais: como se elas próprias não tivessem seus esqueletos escondidos no armário e não precisassem de mudança de vida (Lucas 13.5); como se não estivessem agindo como o fariseu que condenou o publicano (na parábola contada por Jesus em Lucas 18.9-14)... Como se achassem que até o próprio Deus está muito satisfeito com sua arrogância, cegueira (para ver seus próprios erros), falta de arrependimento, de amor, de misericórdia e de gratidão a Ele! (Romanos 1.21)
Ignorando o que Deus pode fazer na vida de um homem, muitos deixam de aproximar-se do Senhor Jesus Cristo, que veio buscar e salvar o que estava perdido. Porque os sadios não precisam de médicos mas os doentes sim. (Marcos 2.17)
Negar a doença do pecado não resolve o problema. Antes agrava-se o estado de quem não busca o necessário tratamento. Tentar curar-se sozinho é inútil porque apenas Jesus Cristo pode ministrar essa cura: somente Ele morreu pelas nossas transgressões, pagando a penalidade devida, já que era impossível salvarmos-nos por nossos esforços, contaminados pelo nosso pecado. (João 14.6; Atos 4.12)
Tampouco melhora a situação de um paciente escarnecer de quem está em tratamento ou se vangloriar de que "não está tão mal" – essa negação esconde a rebeldia e a insensatez que nos matam, e que, a longo prazo, podem fazer com que vivamos nossa vida sem jamais provar o amor e a libertação que há em Cristo, sem os quais jamais poderemos estar junto a Deus. O pecado encontrou sua punição única, total e devida na cruz de Cristo. (1Pedro 2.24)
Um pecador não é perdoado por uma boa obra (ou por várias), assim como um homicida não é isento de pena por ser e sempre ter sido um bom pai, um bom marido, um homem educado e querido por todos, que paga seus impostos e contas em dia. Apenas Jesus, que entregou-se ao castigo por nossos pecados, pode dar-nos o perdão de que necessitamos. E o fará graciosamente a todos os que decidirem deixar o pecado, confiar nEle e segui-lo – e isso inclui você! (Atos 2.38; 3.19)
Pense bem antes de fazer comentários sobre quem foi tão agraciado com o amor de Deus e mudou de vida: lembre-se de que mais foi amado quem mais foi perdoado! (Lucas 7.47) Talvez lhe ajude imaginar a reação de Deus ao ouvir seu gracejo infeliz sobre a vida de alguém que ele fez nascer de novo, depois de tê-lo amado tanto, ao ponto de haver entregue seu único Filho, Jesus Cristo, a uma torturante morte na cruz, para salvá-lo! (João 3.36)