terça-feira, 20 de julho de 2010

Não julgar pode ser uma fuga

Não julgar os outros é um dos valores áureos do cristianismo (e também de outras religiões). Foi claramente ensinado por Jesus Cristo.
Este é valor plenamente válido para quem julga.
Aquele que é julgado deve tomar cuidado para não usar o princípio para se colocar acima do bem e do mal. Não é para ser usado como reforço da ideologia da privacidade, do tipo: "ninguém tem nada com a minha vida". Não é para ser manejado como um escudo para evitar a crítica, às vezes muitíssimo necessária. Todos devemos muito a pessoas que amorosamente nos chamaram num canto e nos advertiram do nosso erro.
Julgar demanda uma série de exercícios.
Não estamos julgando o erro do outro para desviar a atenção do nosso?
Não estamos nos achando os juízes do mundo, sempre prontos a dar cartão amarelo ou vermelho à menor falta?
Estamos dispostos a ouvir o outro, dando-lhe o direito de se fazer ouvir e, quem sabe (como, muitas vezes, acontece), detonar a certeza que tínhamos?
Podemos, em sã consciência, afirmar que o que estamos fazendo é motivado por um real interesse pelo bem-estar do outro?
Se formos aprovados no teste da motivação e no exercício da responsabilidade, temos o dever de contribuir para que as pessoas sejam melhores, assim como elas devem nos ajudar a ser também melhores. A convivência humana implica em mutualidade, já que não somos ilhas, se o que importa ao outro nos importa.
O oposto disto é uma vida no deserto, que nenhum de nós quer.

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